Projetos para setor energético terão R$ 70 mi

11 de setembro de 2018 às 0h05

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Programa estatal visa fomentar tecnologias para geração de energia descentralizada - Foto: Omar Freire/Imprensa MG

Soluções para a digitalização do sistema elétrico, tecnologias para geração de energia descentralizada e inovações para diversificação de fonte energética. Esses são os principais temas que englobam os desafios lançados pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) em chamamento público do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Cemig-Aneel 2018. Com inscrições até 1º de outubro, o edital vai distribuir R$ 40 milhões a empresas, universidades e institutos de pesquisa que apresentarem soluções dentro dos temas propostos. Um segundo edital dentro desse programa e no valor de R$ 30 milhões também está previsto para o próximo mês.

De acordo com o Diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Thiago de Azevedo Camargo, o edital faz parte do programa nacional da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que exige que as concessionárias de energia destinem para a pesquisa e desenvolvimento 0,4% da tarifa cobrada do consumidor. Segundo ele, até o ano passado, esse recurso era repassado a dezenas de projetos, mas sem uma lógica norteadora. Isso muda a partir deste ano com a construção de um Plano Estratégico de Inovação de Tecnologia Digital chamado Cemig 4.0 e concluído há um mês.

“Fizemos um diagnóstico do setor elétrico no Brasil e no mundo e chegamos a três eixos norteadores que têm dominado as discussões do segmento no mundo. São os 3D: digitalização, descarbonização e descentralização”, afirma. Segundo ele, a digitalização é um dos principais eixos e passa por temas como internet das coisas e mineração de dados. Já a descarbonização é o movimento para acabar com a dependência dos combustíveis fósseis, apostando em energia solar e em energia da biomassa.

A descentralização tem a ver com produção de energia em pontos diferenciados e não apenas em grandes usinas. “Nos últimos dez anos tem ocorrido um processo de descentralização da produção da energia. O consumidor pode produzir parte de sua energia com painel solar ou fazendas solares. Hoje, Minas Gerais já tem 20% dessa produção nacional. As soluções que as empresas vão apresentar nesse edital vão resolver a questão sobre como inserir essa energia no sistema elétrico de forma mais eficiente e sem risco”, explica.

De acordo com o diretor, qualquer empresa ou instituição voltada para inovação pode concorrer ao edital. Os candidatos devem se inscrever até 1º de outubro pelo site da Cemig e apresentar uma proposta que responda a um dos desafios lançados. Ao todo, a companhia distribuirá R$ 40 milhões para a realização dos projetos, sendo que o valor para cada projeto será definido posteriormente pela Cemig. As empresas terão 24 meses para apresentar uma primeira conclusão dos seus projetos. A expectativa do diretor é que sejam apoiados entre 10 e 20 projetos nesse primeiro edital.

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Carros elétricos – Camargo afirma que um segundo edital dentro desse mesmo programa já está previsto para o próximo mês. Segundo ele, alguns temas de alta complexidade como “carros elétricos” ficaram fora dos desafios do primeiro edital e devem aparecer no segundo, que distribuirá R$ 30 milhões aos projetos. O diretor afirma que a busca por soluções fora do corpo técnico da própria Cemig segue uma tendência mundial de inovação aberta.

“Não temos todas as soluções dentro da nossa casa e precisamos chamar pessoas que estão fora e conseguem pensar mais fora da caixa. Queremos que os melhores cérebros que estão espalhados pelo Estado e pelo Brasil contribuam para o desenvolvimento da Cemig e da inovação no Estado”, afirma. Ele acredita que os editais também têm o potencial de fomentar o ecossistema de inovação em Minas Gerais.

“O Estado já tem um ecossistema de inovação muito desenvolvido: temos a sede do Google, a Faculdade de Ciência e Computação da UFMG que é a melhor da América Latina, o San Pedro Valley e iniciativas tanto do poder público quanto da sociedade civil que mostram que nosso ecossistema é robusto. O que a Cemig quer é apoiar isso que já existe para que esse ecossistema se desenvolva ainda mais”, conclui.

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