Usiminas aposta em equilíbrio na oferta e demanda por aço

23 de maio de 2020 às 0h18

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Crédito: Alexandre Mota/Reuters

São Paulo – A lenta retomada na produção de veículos e de alguns outros setores industriais aliada ao desligamento de altos-fornos por usinas siderúrgicas do País deve gerar um ambiente de equilíbrio entre oferta e demanda por aço no Brasil em breve, o que poderia permitir reajustes nos preços da liga, afirmou o diretor comercial da Usiminas, Miguel Camejo, na sexta-feira (22).

Segundo o executivo, atualmente a diferença de preços entre o aço nacional e o importado está negativa em cerca de 10%, o que significa que os preços no País estão mais baratos que os internacionais.

Camejo disse que uma “paridade saudável de 7% a 10% (positiva)” seria possível de ser buscada após o atingimento do equilíbrio entre a oferta e demanda por aço no País. Ele, porém, não precisou quando isso poderia ocorrer.

Os comentários são semelhantes aos feitos na semana passada pelo diretor comercial da rival CSN, Luis Fernando Martinez, para quem o chamado “prêmio” do aço no Brasil estava negativo em 12% a 15%. Na ocasião, Martinez já tinha alertado que a CSN iria subir seus preços em 10% a 12% em junho.

“Hoje precisamos chegar rápido a esse equilíbrio de oferta e demanda”, disse Camejo, acrescentando que um terço das vendas da Usiminas é feita para o setor automotivo, que está retomando a produção a partir deste mês após paralisação no final de março.

A empresa divulgou, também na sexta-feira, que teve prejuízo de R$ 424 milhões no primeiro trimestre, impactada pela depreciação do real.

Covid-19 – Para enfrentar os efeitos econômicos da crise gerada pelo Covid-19, a Usiminas cortou a projeção de investimento neste ano de R$ 1 bilhão para R$ 600 milhões. A empresa, porém, manteve os principais projetos previstos: reforma do alto-forno 3 de Ipatinga, que segue em operação, mas com carga reduzida, reconstrução do gasômetro da usina e construção de instalações de empilhamento a seco para sua unidade de mineração, disse o diretor financeiro, Alberto Ono, na teleconferência.

Ono afirmou que os fornos paralisados da Usiminas podem levar de 60 a 120 dias para serem reativados assim que a decisão for tomada, porque a empresa optou por deixá-los esfriar para economizar custos com a parada. Apesar disso, ele disse que a empresa não corre o risco de perder o momento de retomada da demanda uma vez que as encomendas dos clientes chegam de 40 a 60 dias antes da entrega. (Reuters)

Usiminas tem prejuízo de R$ 424 mi no 1º trimestre

São Paulo – A Usiminas anunciou, na sexta-feira (22), prejuízo líquido de R$ 424 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 76 milhões no mesmo período de 2019, em meio a um resultado financeiro negativo afetado por perdas cambiais.

O indicador de geração de caixa (Ebitda) ajustado da companhia atingiu R$ 569 milhões de janeiro a março, alta de 17% na comparação anual.

Já as vendas de minério de ferro da Usiminas cresceram 17% no período, para 2,2 milhões de toneladas, enquanto as vendas de aço alcançaram 1 milhão de toneladas, aumento de 4%.

Segundo a Usiminas, o resultado financeiro do primeiro trimestre foi negativo em R$ 858 milhões, principalmente em função de perdas cambiais de R$ 775 milhões no período, em razão da desvalorização do real frente ao dólar.

A dívida líquida consolidada em 31 de março era de R$ 3,6 bilhões, uma elevação de 11,5% em relação ao final de 2019, principalmente pelo impacto do câmbio.

Eleição – Em comunicado separado, a Usiminas informou, na noite de quinta-feira, que o seu conselho de administração aprovou a eleição de Sergio Leite de Andrade para o cargo de diretor-presidente e Alberto Ono para o cargo de diretor vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, para um mandato até a assembleia geral ordinária em 2022.

Americo Ferreira Neto foi aprovado como diretor vice-presidente Industrial; Kohei Kimura, para o cargo de diretor vice-presidente de Tecnologia e Qualidade; e Miguel Camejo, para o cargo de diretor vice-presidente Comercial. (Reuters)

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