Vallourec quer transferir linhas da Alemanha para o Brasil

20 de novembro de 2021 às 0h29

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Em Minas Gerais, a companhia siderúrgica conta com a Usina Barreiro, em Belo Horizonte, e a VSB, instalada em Jeceaba | Crédito: Betho de Freitas

A francesa Vallourec anunciou, no último 17 de novembro, quando divulgou o balanço de resultados referentes ao terceiro trimestre do ano, planos de investimentos da ordem de 100 milhões de euros (cerca de R$ 633 milhões na cotação atual) em unidades brasileiras que irão comportar a produção de tubos de aço das siderúrgicas que a empresa pretende transferir da Alemanha para o Brasil.  

Em Minas Gerais a companhia conta com a Usina Barreiro, em Belo Horizonte, e com a VSB, instalada em Jeceaba, no Campo das Vertentes, além da unidade de mineração no Quadrilátero Ferrífero.

De acordo com informações divulgadas no documento de resultados da empresa, que produz tubos direcionados, principalmente, para fins industriais e empresas de petróleo, gás e energia elétrica de todo o mundo, o objetivo é que o Brasil incorpore a produção alemã de tubos de aço sem costura. 

No entanto, vale ressaltar que o processo envolve etapas como a alienação (transferência) dos ativos de manufatura da empresa localizados no país europeu. A empresa busca um novo operador para assumir o controle das unidades alemãs e, caso não encontre parceiros para dar continuidade aos ativos, a Vallourec estuda, até mesmo, o fechamento das unidades na Alemanha. 

O processo de transferência será lançado já nas próximas semanas, sendo que, conforme informações iniciais da empresa, a suposta nova empresa poderá assumir o vínculo com os ativos a partir do segundo trimestre de 2022. 

A escolha pelo Brasil

A empresa não detalhou quando iniciará a expansão de investimentos no Brasil, mas informou, no documento de balanço, que a incorporação da produção no País deve ocorrer de forma gradual. 

Ainda no relatório de balanço, a empresa destaca que os ativos brasileiros estão entre os mais competitivos do mundo e atendem ao mercado premium de tubos destinados aos clientes locais e internacionais de petróleo e gás e destaca que os processos no País são “significativamente mais econômicos” em comparação com aqueles produzidos na Alemanha. 

“Os custos variáveis de produção e exportação de um tubo de diâmetro médio para o Oriente Médio a partir do Brasil são 25% menores do que para um tubo produzido na Alemanha”, diz a Vallourec em relatório. 

Tecnologia de tubos sem costura

Os tubos de aço sem costura que constam nos planos da empresa são frutos de tecnologia desenvolvida pela Vallourec desde 2012. Conforme divulgado pela empresa, os tubos sem costura, chamados de aço VBRMo4, são mais resistentes aos processos de corrosão e abrasão em pré-aquecedores de ar de caldeiras em usinas de açúcar e etanol e oferecem durabilidade até quatro vezes maior quando comparados ao tubos soldados, aqueles com costura. 

Em média, os tubos com costura exigem troca a cada dois anos e, segundo a Vallourec, o aço VBRMo4 é uma solução pensada para contribuir com a eficiência das empresas e incentivar a produção de energias renováveis, como é o caso do etanol. 

Segundo estimativas da empresa, em um período de dez anos, a substituição de tubos soldados pelo VBRMo4 pode resultar em mais de 60% de redução dos custos com manutenção, sendo que os reflexos da troca devem ocorrer já no primeiro ano de utilização do produto e a economia pode chegar a aproximadamente R$ 1,5 milhão por pré-ar/usina.

VSB

A companhia anunciou também que adquiriu a participação da japonesa Nippon Steel na usina da VSB em Jeceaba. “No Brasil, a Vallourec conta com três laminadores (Jeceaba PQF, Barreiro Plug e Barreiro Mandril em Belo Horizonte) produzindo tubos de pequeno e médio diâmetro para os mercados da indústria local e óleo e gás local e internacional. Com a aquisição da participação minoritária da Nippon Steel na VSB, a Vallourec recuperou o acesso a 300kt / ano capacidade adicional de laminação”.

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