FCA em Betim atinge 100% de autonomia

30 de outubro de 2019 às 0h19

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Crédito: Leo Lara/Studio Cerri

A fábrica da Fiat Chrysler Automóveis (FCA), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), atingiu recentemente 100% de autonomia no processo de desenvolvimento de novos veículos.

A entrega de todas as etapas anteriores à industrialização, incluindo conceito e certificação, consumiu aportes superiores a R$ 1 bilhão nos últimos anos, e permitiu que a unidade passasse de uma simples montadora de veículos a um polo de desenvolvimento automotivo instalado em Minas Gerais.

Atualmente, a FCA leva de três a quatro anos para desenvolver um veículo do zero, partindo do briefing conceitual. Este documento reúne insights e oportunidades captadas por meio de pesquisas de mercado, perfis de consumidores e análise de tendências, orientando os times de Engenharia, Design, entre outras áreas, na criação do lançamento da marca.

Quem explica é o diretor de Portfólio, Pesquisa e Inteligência Competitiva da FCA para a América Latina, Breno Kamei. Segundo ele, desde agosto deste ano, o briefing conceitual é feito no hub da FCA, um espaço colaborativo para encontro de pessoas, gerações e culturas, que visa novas formas de processos de criação. O local é inspirado em uma estrutura de rede, integrando funcionários das mais diversas áreas e parceiros em um ambiente colaborativo.

Externamente, o espaço busca conectar a FCA a um ecossistema de empreendedorismo e startups, para ampliar a consciência e construir estratégias consistentes de inovação, com o propósito de alcançar novos territórios, novos mercados e novos modelos de negócio.

“Precisamos ter o máximo de controle de todas as etapas, principalmente porque hoje o consumidor não quer apenas comprar um veículo; ele valoriza a experiência completa: da aquisição ao consumo. Convergente a isso, ainda temos que contemplar os pilares de desenvolvimento da indústria automotiva, sob o ponto de vista tecnológico, que são a autonomia veicular, a conectividade, as soluções de mobilidade e a eletrificação”, diz.

E, na busca pelo novo, uma das áreas de atuação do hub é a conectividade, com o desafio de atender aos anseios dos consumidores no quesito inovação e tecnologia digital. Segundo o diretor, mais do que mobilidade, o carro conectado será o ponto de partida para novas soluções que irão viabilizar relevantes transformações na jornada do consumidor, simplificando tarefas cotidianas.

“Estamos vivendo uma nova era em termos de experiência do consumidor. O ato de dirigir está mudando e, como globalmente todos estão focados no desenvolvimento de novas tecnologias, nossa preocupação é trazer isso para a realidade do brasileiro: um cliente altamente conectado e que entrega diferentes demandas”, comenta.

Ainda conforme Kamei, o processo de concepção de um novo produto vai desde as pesquisas sobre o público-alvo, suas necessidades e demandas e o que existe disponível no mercado enquanto solução, passando pela criação de uma proposta de valor competitiva, análise de viabilidade técnico-financeira, até a aprovação inicial. Depois disso, inicia-se o processo de design, valorização e entendimento do produto, envolvendo outras áreas até a aprovação final do modelo e o início da industrialização.

“Esse processo completo, de criação do briefing conceitual, dura cerca de seis meses. Neste período, buscamos cercar o máximo possível quaisquer lacunas, antes que chegue na Engenharia e Design. Já o investimento médio em um novo produto é de algo em torno de R$ 1 milhão, fora todos os aportes em novas frentes e tecnologias, como indústria 4.0 e automação”, revela.

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Por falar em novas frentes, o polo vem recebendo contínuos investimentos para incorporar os mais modernos processos e tecnologias, visando à transformação digital do processo produtivo, sem deixar de lado o pioneirismo e os diferenciais de mercado. Até 2024, os recursos direcionados à unidade chegarão a R$ 8,5 bilhões – valor que representa o maior investimento da FCA em Betim desde a inauguração da fábrica, em 1976.

Em visita ao Brasil no primeiro semestre deste ano, o CEO mundial da FCA, Mike Manley, anunciou que os aportes contemplarão a instalação de nova fábrica de motores GSE Turbo no Polo Automotivo Fiat. Essa será a primeira fábrica de motores turbos da FCA no Brasil e o investimento foi disputado entre o mercado mineiro e o chinês, mas Minas Gerais acabou conquistando a fábrica, que vai gerar 300 empregos diretos e outros 900 indiretos.

A nova família de motores são GSE Turbo de três e quatro cilindros, batizados de T3 e T4, além do E4. A capacidade de produção da nova fábrica será de 400 mil motores e transmissões por ano. Com isso, Betim será o maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade de produção de 1,3 milhão de unidades por ano a partir de 2020, já que a unidade já fabrica três outras famílias de motores.

Ainda dentro do orçamento de R$ 8,5 bilhões, a montadora planeja 15 ações de produto até 2024, entre novos modelos, renovações e séries especiais. Em Betim, está previsto o início de produção de três novos modelos nas linhas de montagem a partir de 2020. Dois deles marcam a entrada da empresa no segmento de SUVs. Somando as marcas Jeep e RAM, as ações de produto chegarão a 25 até 2024.

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