São Paulo – Ontem, o dólar ameaçou engatar a terceira queda consecutiva dia em que chegou a cair abaixo de R$ 4 pela primeira vez desde agosto, mas níveis técnicos e o exterior menos amigável a risco acabaram disparando ordens de compras, o que fez a cotação recuperar os R$ 4 e fechar em leve alta. O dólar à vista encerrou com valorização de 0,30%, a 4,0449 reais na venda.
O mercado começou o dia ainda firme na ponta de venda de dólar, depois de duas quedas expressivas, na esteira do otimismo com a aprovação final da reforma da Previdência no Congresso. Mas investidores decidiram dar uma pausa no movimento à medida que o dólar testava níveis abaixo de R$ 4, ainda considerados atrativos para compra.
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Além disso, a cotação enfrenta um forte suporte técnico em torno de R$ 3,978, correspondente à média móvel linear de 100 dias. O não rompimento desse patamar deu força aos compradores, o que fez a divisa voltar a superar o nível de R$ 4.
Mas o cenário de algum alívio para o real se mantém, conforme investidores voltam o foco para um panorama de melhora de fluxo cambial. “Recomendamos posição comprada em real”, disseram estrategistas do Citi em nota a clientes, com a recomendação a favor da taxa de câmbio se dando via operações nos mercados de opções.
“Investidores finalmente parecem voltar as atenções para os leilões do pré-sal marcados para 6 e 7 de novembro, que devem trazer R$ 70 bilhões em ingressos até o fim de dezembro”, completaram os analistas do banco norte-americano.
As áreas em oferta no leilão de 6 de novembro juntas somam um bônus de assinatura total fixo de cerca de R$ 106,5 bilhões, que deverão ser pagos pelos vencedores do certame, tornando-se a maior rodada de licitações de petróleo da história, segundo as autoridades brasileiras.
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Bovespa – O principal índice da Bovespa recuou ontem, em dia de realização de lucros após recentes recordes, mas também reagindo ao noticiário corporativo, marcado por resultados trimestrais abaixo das expectativas. O Ibovespa caiu 0,52%, a 106.986,15 pontos. O volume financeiro da sessão somou R$ 19,1 bilhões.
A realização de lucros já era esperada após o índice ter avançado cerca de 2,7% na semana até a sessão da véspera, em que fechou com recorde. Para Fábio Galdino, chefe de renda variável da Vero Investimentos, o movimento é saudável. “Os ativos da bolsa se valorizaram muito nos últimos 15 dias, é normal que a gente tenha uma realização após altas fortes”, afirmou.
O BTG Pactual revisou projeção para a taxa básica de juros e agora estimam que a Selic caia a 4% no final do ciclo de alívio monetário em 2020. Antes, eles previam o ciclo terminando em 4,5% no final deste ano. (Reuters)