Presenteísmo na doença ganha força

16 de junho de 2021 às 0h22

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Lucena: cabe ao líder identificar essas situações na equipe | Crédito: Divulgação/Psicomanager

O medo do desemprego apavora os trabalhadores brasileiros. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice atingiu a taxa recorde de 14,7% no 1º trimestre de 2021. Isso sem contar os que estão no regime informal e os que já desistiram. Em meio aos desafios impostos pela piora da pandemia no País, um quadro quase passa despercebido, mas vem preocupando cada vez mais profissionais da saúde, de recursos humanos e líderes mais atentos: o presenteísmo na doença.

O nome estranho diz respeito às pessoas que estão em home office e mesmo se sentindo mal não buscam ajuda médica por medo de serem afastadas do trabalho. Isso acontece porque eles têm medo de que seus chefes desconfiem da veracidade da doença ou que ao ficar alguns dias longe de suas tarefas, sejam vistas como dispensáveis pela empresa. Esses dados podem dar indícios sobre o crescimento do burnout e outras doenças psicológicas relacionadas ao trabalho remoto.

De acordo com o psicólogo do PsicoManager, Giovani Lucena, cabe ao líder boa parte da tarefa de identificar essas situações dentro das equipes. O afastamento social imposto como medida necessária para o combate à Covid-19 impõe um esforço maior para que a saúde física e mental dos colaboradores seja preservada e, com isso, a produtividade.

“É um problema crônico das empresas por não saberem avaliar seu funcionário pela performance. Na gestão tradicional a chefia avalia a presença e não a produtividade. No home office esse modelo vai por água abaixo. Essa dinâmica é difícil para ambos os lados porque o funcionário também não sabe responder se entrega um bom trabalho. O presenteísmo também pode ser a interpretação de quando a pessoa está presente, mas mentalmente desligada. Isso concorre para o adoecimento da mente”, explica Lucena.

O PsicoManager é uma ferramenta de gestão de clínicas e consultórios de psicologia, que trabalha na digitalização de processos, incluindo desde o agendamento on-line de pacientes à organização financeira, com a proposta de facilitar o dia a dia dos psicólogos e permitir que eles tenham mais tempo para se dedicar aos pacientes.

Para o especialista, a receita para evitar essa situação passa por um diálogo transparente e por um modelo de gestão democrática, onde as pessoas são incentivadas a participar e têm suas características respeitadas e potencialidades encorajadas.

“Esse é um processo também de autocrítica do líder que precisa saber qual é o seu estilo de liderança. É mais caro demitir do que cuidar, fazer treinamentos e oferecer assistência ao colaborador que precisa. É importante entender a descrição de cargos dos funcionários, equilibrando o nível de estresse com atividades mais mecânicas e outras com mais criatividade, por exemplo. As pessoas gastam muito mais tempo nos termos do que no que as pessoas fazem ou deveriam fazer. Essa também pode ser uma oportunidade para detectar talentos e fazer treinamentos específicos. Os funcionários gostam de ter perspectivas”, avalia.

Ferramentas digitais podem ajudar nesse processo. A telemedicina é uma delas, mas tudo deve começar pelo diálogo aberto e honesto entre colaborador e líder.

“Hoje as práticas estão muito digitalizadas. Um atendimento psicológico pode ser feito remotamente de forma muito assertiva. O mais importante é conversar sobre o que os colaboradores precisam, pode ser algo simples, fácil de resolver. Deixar os processos claros é mostrar que a empresa cobra, mas também pode e quer ajudar é fundamental”, completa o psicólogo.

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