Brasileiros já pagaram R$ 1 tri em impostos em 2022

Reforma tributária proposta pela PEC 110/2019 pode elevar em 12% o PIB em 15 anos, aponta estudo da UFMG

13 de maio de 2022 às 0h25

img
O impostômetro da ACSP registrou a marca de R$ 1 tri de impostos pagos no dia 3 de maio | Crédito: Divulgação

Brasília – No dia 3 de maio, às 1h37, o impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) contabilizou R$ 1 trilhão pago em impostos só em 2022. “Além de o brasileiro pagar muito, o sistema tributário do País traz confusões de finalidades, abre muitas exceções e tem desvios nas finalidades dos impostos”, adverte o economista William Baghdassarian, professor do Ibmec.

“A gente tem um problema de governança tributária gravíssimo. A autoridade tributária não está preocupada se o que ela faz ou deixa de fazer ajuda o país a crescer ou não. Ela está preocupada de arrecadar”, alerta o especialista. O Brasil foi considerado pelo Banco Mundial (Bird) um dos piores países para se pagar impostos. Ocupa a posição 184 entre 190 países avaliados. 

Baghdassarian considera que o Brasil é eficaz em recolher impostos, mas o desenho tributário não visa ao bem estar da população e traz muitas dificuldades para o crescimento econômico efetivo. Para ele, é fundamental que a reforma tributária avance no Brasil para se criar mais justiça e um ambiente favorável ao crescimento sustentável com geração de riqueza e crescimento do consumo, dentro de um ambiente juridicamente mais justo. 

“O grande ponto da reforma tributária é ter uma estrutura tributária mais direcionada para as pessoas que precisam: com menos imposto sobre consumo e mais imposto sobre renda. A gente vai ter uma segurança jurídica maior tanto para as pessoas físicas como para as pessoas jurídicas para que elas não sejam prejudicadas pelas interpretações da Receita Federal”, acredita Baghdassarian.

Crescimento do PIB

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que a reforma tributária proposta pela PEC 110/2019 tem o potencial de trazer um crescimento adicional do Produto Interno Bruto (PIB) de 12% em 15 anos. Em valores de hoje, isso representa R$ 1 trilhão a mais no PIB, o que daria um ganho adicional médio de R$ 400 por mês para cada brasileiro. Além disso, com a aprovação da reforma, cria-se condições para um crescimento de 7,5% nos empregos. 

Por isso, o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) acredita que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110 é o caminho para a retomada econômica. “Nós precisamos usar aqui o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que é um sistema utilizado hoje em mais de 80% dos países do mundo. A Índia, há pouco tempo, implantou o IVA e já está havendo níveis de crescimento desse novo sistema tributário. Então, o Brasil precisa da reforma tributária para sair dessa dificuldade, até porque o país tem sido um dos que menos cresce no mundo nos últimos anos”, defende Lippi. 

Para ele, a aprovação da PEC 110 traz previsibilidade e diminui a possibilidade de judicialização das questões tributárias. “São trilhões de reais que estão sendo discutidos na justiça e, portanto, o Brasil precisa ter essa agenda”, complementa Lippi. 

A PEC 110/2019 está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. O relator é o senador Roberto Rocha (PTB-MA). (Brasil 61)

Tags:
Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail