Organizações com estratégias para equidade de gênero ainda são minoria

5 de março de 2020 às 17h50

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Crédito: Freepik

Apesar dos progressos e das estratégias com foco em diversidade e inclusão, a igualdade entre homens e mulheres no mundo organizacional ainda está longe de ser uma realidade.

De acordo com o relatório global da Mercer When Women Thrive 2020, a maioria (81%) das organizações em todo o mundo afirma que melhorar a diversidade e a inclusão (D&I) é importante, mas menos da metade (42%) tem uma estratégia documentada e plurianual para alcançar a equidade de gênero.

A pesquisa, que está na 2ª segunda edição, consultou 1.157 organizações de 54 países, inclusive do Brasil, revelou que apenas 40% da força de trabalho global é do sexo feminino, ligeiramente acima dos 38% de quatro anos atrás.

Além disso, embora a representação das mulheres em cargos de liderança sênior esteja aumentando, ela diminui à medida que os níveis de carreira avançam. O levantamento revela ainda que as mulheres constituem 47% do pessoal de apoio e 42% dos cargos de nível profissional, mas apenas 29% e 23% dos cargos de nível sênior e executivo, respectivamente.

“A equidade de gênero é hoje um imperativo global e as organizações estão tomando medidas para fazer a diferença”, disse presidente e CEO da Mercer, Martine Ferland.

“Porém, enquanto as mulheres continuarem a estar sub-representadas nos cargos mais altos, assim como a nível de oportunidades de desenvolvimento e progressão de carreira em todas as indústrias e geografias, ainda existe muito trabalho a fazer para alcançar o equilíbrio entre homens e mulheres no contexto profissional”.

Apesar do ritmo do movimento nas organizações ainda não ser o desejado, há aspectos positivos que mostram progressos de impacto duradouro.

Segundo os dados, as taxas de contratação, promoção e retenção de mulheres são agora comparáveis às dos homens, o que representa uma melhoria em relação a quatro anos atrás, quando o When Women Thrive foi realizado pela primeira vez.

Fonte: Relatório Global da Mercer When Women Thrive 2020

Além disso, empresas em todo o mundo estão adotando métodos mais disciplinados para analisar a equidade salarial. A pesquisa revela que quase três quartos (72%) das organizações têm equipes dedicadas à análise da equidade de pagamento, e mais da metade (56%) utiliza uma abordagem estatística robusta para realizar essas análises.

Outro aspecto positivo que faz avançar a equidade de gênero na força de trabalho é o envolvimento da liderança. Dois terços (66%) das organizações relatam que os executivos seniores estão ativamente engajados em iniciativas e programas de D&I, contra 57% em 2016, e mais da metade (57%) relatam o mesmo para os Conselhos de Administração, contra 52% em 2016.

No Brasil – Os dados gerais das empresas brasileiras incluídas na pesquisa se assemelham muito aos resultados globais. Entretanto, enquanto globalmente 33% das empresas têm cargos exclusivos de D&I, no Brasil esse número é de apenas 20%.

“Para que avanços reais sejam alcançados, proporcionando resultados tangíveis e de longo prazo, as organizações precisam de equipes dedicadas à D&I”, afirma Ana Laura Andrade, líder  de Talent Strategy da Mercer Brasil.

“Além disso, para impulsionar a mudança, as organizações devem tomar decisões usando insights orientados por dados, definir metas mensuráveis, envolver todos os gestores e instilar uma cultura que valorize a diversidade”, complementa a executiva 

Outras descobertas:

  • Globalmente, as organizações estão otimistas sobre sua capacidade de contratar, promover e reter mulheres. Menos de um terço das empresas reporta dificuldades para atrair (32%), promover (32%) e reter (20%) mulheres.
  • Apenas 64% das organizações em todo o mundo monitoram a representação de gênero e menos ainda analisam contratações, promoções e demissões por gênero.
  • Apenas 25% das organizações em todo o mundo monitoram as necessidades de saúde específicas de gênero, enquanto somente 9% acompanham o bem-estar financeiro específico por gênero.

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