Espaços compartilhados viram tendência no setor da Construção

2 de outubro de 2019 às 0h04

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Crédito: iStock

A tendência de economia colaborativa está cada vez mais crescente no País, como demonstrou uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que afirmou que 87% dos entrevistados acreditam que o consumo colaborativo vem ganhando adeptos na cadeia de serviços, bens e produtos.

Mas do que se trata a economia colaborativa, consumo colaborativo ou economia compartilhada? Abrange o acesso a bens e serviços por meio do compartilhamento, em vez da aquisição.

Há inúmeros exemplos de economia financeira, como aplicativos de transporte privado urbano, de carros compartilhados, roupas compartilhadas, aluguel de apartamento, espaços comuns dentro de apartamentos, a exemplo de salão de beleza, coworking, entre outros espaços de uso comum.

Para se ter ideia desse crescimento em diversos setores, esse mesmo estudo do SPC Brasil e CNDL revelou que caronas (41%), aluguel de casas (38%), compartilhamento de roupas (33%) e locação de bicicletas (21%) são os tipos de serviços colaborativos mais utilizados no País.

E essa prática de compartilhamento de serviços e bens chegou sem precedentes também ao mercado imobiliário, trazendo aos empresários um novo modelo de negócios para se investir. Novas propostas de trabalhar ou se viver em condomínios ou ambos, já estão sendo implementadas por algumas construtoras.

Quem tem apostado nesse nicho de negócio específico é a Construtora Altti e a Áquila Participações, de Belo Horizonte. Elas estão construindo no bairro Granja Marileusa o Innovatti Center, um edifício exclusivo para o público corporativo, com toda a estrutura física para receber qualquer tipo de negócio.

Prédio corporativo – De acordo com Ana Calegari, gerente de vendas da Vertex, empresa que está à frente da comercialização do Innovatti, prédio corporativo é um modelo de construção que tem crescido.

“Outros espaços do mesmo nicho que existem na cidade, estão praticamente 100% ocupados. No caso do Innovatti Center, o cuidado com a execução do projeto, com itens voltados para a sustentabilidade, economia de condomínio, vagas de estacionamento para visitantes, tecnologia e serviços no próprio empreendimento, certamente são o grande diferencial. Além disso, os prédios corporativos oferecem segurança e economia, além de um leque de serviços prestados e, claro, mais visibilidade para diversos segmentos de negócios”.

Calegari ainda explica que, por conta desses atributos, o Innovatti tem tido boa aceitação. “Inclusive, superando nossas expectativas, principalmente por se tratar de um empreendimento superior à média, tanto pelo projeto inovador como também pelas amplas possibilidades de instalações, o que tem chamado a atenção de profissionais das áreas de saúde, jurídica e de tecnologia”, enfatiza.

A ZP Empreendimentos, uma empresa do Grupo Zambon Pacheco, que atua no mercado da construção civil com foco em empreendimentos residenciais há 17 anos em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, oferece uma tendência mundial de espaços compartilhados que vai além de qualidade e tecnologia.

Com a implantação da linha LifeStyle, o Edifício Residencial “Valentini LifeStyle”, localizado no bairro Santa Mônica, tem como diferencial uma série de conveniências, como espaço beleza, espaço office, espaço grill, espaço chef, espaço kids, espaço fitness, salão de eventos, hall de espera decorado, bicicletário e espaço massagem.

A ZP possui salão de beleza dentro de um de seus empreendimentos e em outro terá até espaço pet. No Innovatti, haverá salas de reuniões, onde os proprietários poderão usá-las quando necessário.

“Isso é modelo de empreendimentos em que se pode gerar economia e compartilhamento”, diz o economista, mestre em Sistemas de Gestão pela UFF e master em Affair Internationale pela Universidade Pierre Mendés (França), Carlos Henrique Oliveira e Silva Paixão.

O gerente comercial da ZP Empreendimentos, Fredy Nascimento, explicou que a ZP busca soluções que otimizam a vida dos que têm o tempo um aliado.

“Em busca de sucesso e objetivos pessoais, todos se veem obrigados a desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo. Poder reduzir as horas perdidas no trânsito e resolver problemas sem sair de casa, tornam a vida mais simples, deixando mais tempo disponível para investir em momentos com a família, lazer e mesmo para praticar atividades físicas, são prioridades para muitas pessoas que querem qualidade de vida. São conveniências que irão facilitar o dia a dia, além de espaços mobiliados e compartilhados entre os condôminos”.

Ainda de acordo com Nascimento, observa-se para esse ano uma grande predisposição dos empresários em lançar e também uma grande expectativa dos clientes em busca de novos lançamentos e modalidades de crédito.

“As empresas que lançarem produtos que ofereçam soluções e acompanharem a tendência do mercado irão se destacar. O mercado já conhece o estoque imobiliário existente, porém estão em busca de novos produtos. Acreditamos que com esse aquecimento, os produtos mais atualizados serão os de maior preferência”.

E há mesmo uma demanda para esse tipo de espaço. Ricardo de Paula Pereira e Luiza Pena Rabelo, diretores da Monna Atacado de Semijoias, alugaram uma sala de 27 metros quadrados em um prédio comercial na região central de Uberlândia para o primeiro showroom. Com o crescimento nas vendas, a empresa, que já está no mercado há quatro anos, precisou expandir e, no mesmo prédio, alugaram outras duas salas.

“Buscamos segurança e a convivência de um condomínio, com outros negócios que posso usar. Pelo tipo do meu negócio, a segurança é primordial. Como o condomínio é bem fechado, as pessoas que transitam lá fora não sabem quais empresas estão aqui. Eu tinha uma sala de 27 metros quadrados. Com a ampliação, poderia ter alugado uma casa, por exemplo, mas optei por alugar outras salas no mesmo prédio pelo fato de morar há 30 metros de onde trabalho. As pessoas buscam otimizar o tempo, não pegar trânsito, ter uma vida menos corrida possível”.

Ricardo Pereira acredita que o condomínio onde está ainda não é o modelo ideal de economia compartilhada.

“Tive que fazer algumas intervenções estruturais para que meu negócio ficasse aqui. Não temos uma secretária em comum, uma cozinha em comum, por exemplo. Sinto falta desse modelo de negócio moderno e inovador na cidade”, disse.

Tendência – De acordo com o economista Carlos Henrique Oliveira e Silva Paixão, a economia colaborativa adotada no Brasil, já existe há certo tempo nos países desenvolvidos. Ele explica que neles as pessoas já otimizam seus gastos no sentido de ter uma renda maior com menor gasto possível.

“As construtoras que usam espaço e equipamentos de uso ou estão construindo imóveis residenciais ou comerciais pensando na economia e no compartilhamento têm a ganhar. Agora, ainda existe uma questão cultural de posse. Alguns querem ter a sua furadeira, a sua máquina lavar, porém, isso vai mudando a partir do momento que todos percebem que é interessante ter o compartilhamento de itens em prol de outros benefícios. Isso agrega valor nesses novos modelos de construção. Os apartamentos começam a ter valor majorado em virtude de uma tendência que não é modismo e sim um modus operandi, modus vivendi, com o entendimento de que todo recurso é escasso, então, nada melhor que compartilhar”.

Ainda segundo o economista, a ideia de economia compartilhada está relacionada a ter acesso ao melhor com menor custo, menor despesa.

“Essa é a grande vantagem da economia colaborativa. Poder ter algo que, em condições normais, não teria acesso, mas que por ter a oportunidade de compartilhar, se torna acessível a você. É uma condição que veio para ficar e em uma hora em que utilização dos recursos precisa ser da melhora forma possível. É um universo que faz com que pessoas busquem conforto, utilizando recursos bem mais acessíveis ao invés de adquirir o bem e usar recursos para outras coisas”, conclui. (Da Redação)

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