Setor de franquias faturou R$ 47,385 bi de julho a setembro

13 de novembro de 2021 às 0h20

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Os segmentos de Casa e Construção e Saúde, Beleza e Bem-Estar mantêm trajetória de crescimento dos últimos trimestres | Crédito: Divulgação

O mercado de franquias manteve no terceiro trimestre de 2021 sua trajetória de recuperação registrada nos trimestres anteriores, agora de forma mais estável e até superando levemente o desempenho do mesmo período de 2019. É o que mostra a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Setor realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Segundo o estudo, feito em parceria com a empresa de pesquisas AGP, o faturamento no terceiro trimestre de 2019 foi de R$ 47,203 bilhões, passou a R$ 43,954 bilhões no ano passado e chegou a R$ 47,385 bilhões de julho a setembro deste ano. A variação foi de -6,9% de 2019 para 2020 e de +7,8% para 2021. Do terceiro trimestre de 2019 para o terceiro trimestre de 2021, houve um crescimento de 0,4%.

As pesquisas da ABF e sondagens com redes de todo o País apontam que este movimento está muito ligado à gradual retomada da atividade econômica e da vida social, com o consumidor retomando hábitos até mesmo em áreas como alimentação fora do lar e turismo. No terceiro trimestre, já estava bem adiantada a agenda de liberação das restrições relativas à Covid-19, inclusive com um retorno mais robusto das aulas presenciais.

Os shoppings vêm registrando recuperação na movimentação de pessoas, assim como os aeroportos. De outro lado, os canais digitais se mantêm aquecidos, principalmente no delivery, e temos uma convivência entre atividades e serviços on-line e presenciais, conforme o contexto de cada rede, cidade e mercado.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, a pesquisa mostra que o setor de franquias apresentou uma variação positiva de 8,4% em sua receita, com um avanço de R$ 168,177 bilhões para R$ 182,381 bilhões – próximo aos R$ 182,657 bilhões registrados em 2019.

“No segundo trimestre tivemos uma recuperação mais forte, pois a comparação foi com o pico da pandemia em 2020. Agora, comparamos dois trimestres com perspectivas melhores e mesmo assim houve um crescimento, tanto que conseguimos superar levemente o desempenho de 2019, o que consideramos bastante positivo. Logo, fica clara nossa curva de recuperação e entendemos que ela, inclusive, tende a acelerar mais um pouco no final do ano – período com muitas datas importantes para o varejo. A digitalização e os ajustes realizados pelas redes durante a pandemia mantêm um papel muito importante, mas vemos também movimentos mais intensos na área de expansão de unidades e contratação de mão de obra, mostrando que o setor segue rumo a um cenário de maior movimentação”, afirma o presidente da ABF, André Friedheim.

De acordo com a pesquisa, o setor totalizou 1.388.560 trabalhadores diretos nos meses de julho, agosto e setembro, ante 1.254.234 no mesmo período de 2020, um crescimento de 10,7%. Se compararmos o terceiro trimestre de 2021 com o terceiro trimestre de 2019, o crescimento foi de 3,4%. Neste estudo a ABF ratificou também uma percepção antiga: cerca de 17% dos empregos diretos no franchising são ocupados por pessoas em sua primeira experiência profissional.

“O setor gerou mais de 120 mil postos de trabalho diretos, mostrando a importância das franquias nesta área, principalmente para jovens. Com acesso mais fácil a crédito, menos burocracia e um sistema tributário mais equilibrado, estou seguro de que o setor poderia gerar ainda mais vagas, tendo um peso ainda maior na retomada da economia”, disse o presidente da ABF.

Abertura e fechamento de lojas – Quanto ao movimento de abertura e fechamento de unidades, a pesquisa da ABF também traz dados positivos. O levantamento apontou que foram abertas 3,5% unidades nesse terceiro trimestre frente a 1,2% no mesmo período de 2020; fechadas 1,2%, resultando num saldo de +2,3%. O repasse de unidades passou de 0,4% para 0,7% no período.

“Também de forma gradual, as redes vêm retomando suas estratégias de expansão. De outro lado, investidores e profissionais vêm buscando opções de investimento e ocupação. Com o avanço da vacinação e o fim das restrições, essas parcerias tendem a crescer ainda mais. Tanto que teremos a primeira grande feira de franquias presencial com a retomada, a Expo Franchising ABF Rio. Com isso, esperamos incentivar ainda mais este movimento”, disse André Friedheim.

Desempenho dos segmentos O segmento com maior variação no terceiro trimestre foi o de Turismo e Hotelaria, com uma recuperação de 53,1%. A retomada das viagens é o principal impulsionador – existe uma grande demanda reprimida e mudanças consideráveis de sazonalidade -, mas é importante ressaltar que a comparação se deu com uma base bastante deprimida em 2020.

Em seguida, vêm Casa e Construção e Saúde, Beleza e Bem-Estar com crescimentos de 10,8% e 9,1% respectivamente, sendo que, nos últimos 12 meses (outubro/2020 a setembro/2021), Casa e Construção acumula uma variação positiva de 26,2%. Esses segmentos vêm apresentando um desempenho mais robusto, registrando crescimento mesmo ao longo de 2020. Os impulsionadores de cada um se mantêm: a ressignificação do lar – que continua a receber mais investimentos -, associada ao aquecimento da construção civil de forma geral; e à atenção ao cuidado pessoal.

Merecem destaque, ainda, Alimentação – Food Service (+7,9%) e Moda (+7,25). Ambos os segmentos se beneficiam do aumento do movimento nos shoppings e da retomada do convívio social. No caso de Alimentação, cabe ressaltar ainda o papel ainda muito significativo do delivery.

Projeção para o fechamento do ano Dado o desempenho mais forte nos últimos trimestres, a ABF decidiu revisar suas projeções para o fechamento de 2021. Agora, a entidade projeta um crescimento de 9% no faturamento geral do setor em 2021 (em janeiro/2021 era de 8%) e um crescimento de 4% no número de redes (em janeiro/2021 era de 2%). Para o número de unidades e empregos foi mantida a projeção de 5%.

“Quando analisamos a curva de recuperação, faz sentido o ajuste de nossas perspectivas. Esperamos um desempenho ainda melhor no quarto trimestre, não apenas pela Black Friday, Natal e outros, mas também pela demanda reprimida e, principalmente, pela quase liberação das restrições relativas à Covid-19 associada a um estágio avançado da vacinação, incluindo, em alguns casos, até a terceira dose”, ressalta André Friedheim.

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