A presença feminina no setor elétrico

9 de outubro de 2019 às 0h01

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Crédito: Pixabay

Eliana Campos de Figueiredo Vieira *

A intrínseca ligação do setor elétrico com a engenharia o tornou um ambiente predominantemente masculino. De acordo com dados recentes do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), existem 1.150.637 profissionais ativos das áreas de engenharia, agronomia e geociências no Brasil, englobando graduados e tecnólogos. Desse total, 961.809 são homens e 188.828 mulheres.

O reflexo do predomínio histórico de homens no setor de energia elétrica ainda é sentido nesta década. Uma pesquisa divulgada pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) mostrou que, há dois anos, as mulheres ocupavam 22% dos postos de trabalho nessa área em todo o mundo. No entanto, aos poucos, essa disparidade está diminuindo.

Para reforçar a participação feminina no setor elétrico, o XXV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), que volta a acontecer em Belo Horizonte após 30 anos, promoverá o 2º Fórum de Mulheres do Cigre-Brasil. O encontro visa intensificar a integração entre homens e mulheres nesse setor, melhorando os resultados das empresas e o clima entre as equipes. O evento também busca incentivar a adesão de novas associadas e promover um ambiente colaborativo independentemente do gênero.

Em 2017, a primeira edição do fórum reuniu mais de 150 pessoas, entre homens e mulheres, no XXIV SNPTEE. Na ocasião, o público pôde acompanhar o depoimento de profissionais que se tornaram referência no ambiente do setor elétrico nacional e internacional. Além disso, conheceram a ascensão feminina no setor, alcançada, apesar de todas as dificuldades, pela impressionante competência técnica e profissional dessas mulheres. O sucesso da iniciativa garantiu ao evento um lugar cativo nas próximas edições do seminário.

O fórum foi inspirado em uma iniciativa do Cigre Internacional, realizada durante a Bienal 2014. Desde então, os comitês da China, do Reino Unido e do Brasil, entre outros países, organizam eventos semelhantes para valorizar a presença feminina em diferentes trabalhos e carreiras no setor de energia.

Na última Bienal do Cigre, em Paris (2018), o comitê brasileiro se apresentou no Women In Engineering. Na ocasião, a trajetória das mulheres da área de energia elétrica do País foi ilustrada por Carla Damasceno Peixoto, atual diretora do Cigre-Brasil. Ela será a coordenadora do 2º Fórum de Mulheres, que pretende lançar luz a um tema tão atual.

Embora a participação feminina ainda seja tímida no setor elétrico, é notória sua evolução. Nesse contexto, eventos como o Fórum de Mulheres, realizado durante o SNPTEE, são fundamentais para que possamos incentivá-las e integrá-las nessa área, uma das mais estratégicas para o País. Apesar das dificuldades, a mulher tem todas as condições para ocupar ainda mais espaço nesse segmento. Por isso, reduzir a desigualdade de gênero no setor elétrico é nosso interesse, e precisamos avançar nesse sentido.

*Engenheira civil e coordenadora executiva do XXV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE)

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