EDITORIAL | A chance de fazer melhor

20 de março de 2020 às 0h15

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Crédito: REUTERS ATTENTION

Muito provavelmente não será exagero afirmar que, lembrando o já antigo nunca na história desse País, o nível de incertezas chegou ao ponto em que se encontra presentemente.

Em primeiro lugar e para a maioria, por conta do avanço da epidemia de gripe; em segundo pelas consequências, igualmente imprevisíveis, no plano econômico; e, terceiro – e apesar do elogiado trabalho que vem sendo realizado pelo Ministério da Saúde –, pelas evidências de que a alta administração do País aparentemente ainda não se deu conta das proporções do problema e desafios que estão pela frente, cujo enfrentamento a estas alturas deveria ser, a todos os títulos, absoluta prioridade de fato, reclamando em primeiro lugar união e soma de todos os esforços possíveis.

Um movimento impositivo diante das circunstâncias, mas que poderá ser também um momento de inflexão, a começar pela retomada de conceitos de solidariedade e ação comum, dando fim aos “nós” e “eles”, artificialmente predominante pela instrumentalização das redes sociais, tão artificial, ou falso, quando se sabe que alimentada por robôs que, dos dois lados, multiplicam inverdades aos milhões, esgarçando as relações a um limite já próximo do insustentável. E com reflexos igualmente perversos da esfera política, chegando então à esfera da gestão pública, alimentando, ao extremo, uma ruptura que certamente não reflete vontade e sentimentos da maioria dos brasileiros e acontece num momento que não poderia ser mais impróprio.

Diante das ameaças que se desenham, que são concretas e só poderão ser removidas com muito esforço, é de se esperar que afinal valores mais caros aos brasileiros voltem à superfície, predominando para que juntos possam ser vencidas as dificuldades que se avizinham e que ninguém, absolutamente ninguém, delas se aproprie para tirar qualquer proveito político, atitude que, se ocorrer, venha de onde vier, será limítrofe à insanidade.

Como já foi dito inúmeras vezes, mas nunca será demais repetir, tanto quanto não existem razões objetivas para pânico, no que toca à gripe, igualmente não existe espaço para leniência ou oportunismo.

Da mesma forma que é preciso ter presente os possíveis efeitos colaterais da já aventada paralisação da economia e a consequente reação, algo que recomenda, e como tem sido visto mundo afora, mecanismos econômicos de apoio e sustentação, tanto ao indivíduo quanto ao sistema empresarial, que certamente vão muito além daquilo que, no caso brasileiro, está colocado, com ações emergenciais, de alcance limitado, e não transformadoras, o que por sinal vale para o mundo inteiro.

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