[EDITORIAL] O Brasil em primeiro lugar

31 de janeiro de 2019 às 0h01

America First. Tomado ao pé da letra, um dos slogans que ajudou a eleger Donald Trump nos Estados Unidos faz sentido, do ponto de vista dos eleitores estadunidenses, claro. Contém também uma espécie de advertência, pela qual os cidadãos de todo o mundo deveriam agradecer ao atual inquilino da Casa Branca. Primeiro, no sentido da advertência implícita, porque também representa um convite para que cada um no seu país pense e aja da mesma forma, colocando seus próprios interesses em primeiro lugar. Faz sentido e o próprio Trump, justiça lhe seja feita nesse caso, já apontou nessa direção sem qualquer cerimônia, bem ao seu estilo.

Ao sul do Rio Grande e na metade de baixo da linha traçada pelo Equador, há quem diga que o novo presidente do Brasil, que em mais de uma oportunidade apontou seu alinhamento com o agora colega norte-americano, pretende seguir essas pegadas.

Como ele disse, faz pouco, em pronunciamento em que definia as linhas que pretende imprimir ao comércio exterior brasileiro. Segundo o presidente da República, todos em potencial são clientes e estão na órbita dos interesses do Brasil, desde que tenham boas ofertas para comprar o que podemos oferecer ou para vender aquilo que necessitamos. Simples, direto e objetivo, inclusive ao deixar claro que está falando de negócios, sem qualquer espaço para ingerências ideológicas. Que isso fique bem claro e, sobretudo, que seja explicado aos chineses, hoje os maiores parceiros comerciais do Brasil, e aos países árabes, grandes compradores de carnes de aves, e declaradamente incomodados com alguns sinais que consideram negativos.

O presidente Jair Bolsonaro, próximo de completar o primeiro mês de seu governo, precisa entender que as coisas mudaram, e mudaram muito. Nos palanques, e como seu amigo Trump, ele podia dizer, à vontade, tudo aquilo que julgasse que seus eleitores desejassem ouvir. Eleito e empossado, a coisa muda por inteiro e cada um de suas palavras passa a ter significado sobre o qual é sempre necessário manter o maior cuidado. Nesse mundo das mesuras diplomáticas – e dos seus efeitos – os espaços são sempre muito justos, sem margem para erros. Ao Brasil, já disse também o presidente da República, interessa manter os canais das relações internacionais desobstruídos para que todas as oportunidades de negócios, de intercâmbio, possam ser bem aproveitadas.

Lembrando mais uma vez o presidente Trump, dos Estados Unidos, tudo que se pode desejar agora é que o presidente brasileiro faça, de fato e por obrigação, o que for melhor para nosso País, colocando o Brasil sempre e em qualquer situação em primeiro lugar.

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