CRISE NO PSL | Aliados de Bivar se unem por 3º nome para liderar PSL na Câmara

22 de outubro de 2019 às 0h05

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Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Brasília – Deputados ligados o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), buscam agora assinaturas para escolher um terceiro nome para a liderança do partido na Câmara, apesar de o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) constar oficialmente como o novo líder do partido de Jair Bolsonaro na Casa, após uma lista com 28 assinaturas retirar Delegado Waldir (GO) do cargo mais cedo.

De acordo com o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), houve um acordo, encabeçado pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, em que os dois lados – os favoráveis a Eduardo e a ala bivarista, que defendia a manutenção de Waldir – desistiriam de apresentar listas, em prol de um terceiro nome que pudesse amenizar o cisma interno na bancada.

Mas o pacto teria sido descumprido, quando o nome de Eduardo foi oficializado na liderança.

Segundo Bozzella, o ministro teria conversado com Bivar e os dois teriam concordado que a melhor saída seria buscar um terceiro nome para liderar a bancada.

O presidente do PSL decidiu, então, retirar a suspensão de cinco deputados do partido, manobra adota por ele na sexta-feira para impedir a briga de listas pela liderança. A conversa no início da manhã teria sido testemunhada por mais de uma dezena de pessoas, relatou o deputado.

“Bivar, sempre um gentleman, topou, para que a gente pudesse, naquele instante, seguir nesse rito, pacificar o partido”, disse Bozzella à Reuters.

“Meia hora depois a gente foi surpreendido pela quebra de acordo”, afirmou.

Às 9h30 desta segunda-feira, o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), protocolava na Secretaria Geral da Mesa (SGM) da Câmara uma nova lista, com 29 assinaturas – das quais 28 foram confirmadas, para novamente destituir Waldir, e nomear, no lugar, Eduardo Bolsonaro.

O nome de filho do presidente já constava oficialmente no sistema da Casa como líder, quando o deputado, ainda relutante, afirmava ainda não estar certo de que ocupava o posto. Referiu-se, na ocasião, a uma outra lista que estaria sendo coletada para mudar novamente a liderança – o que depois foi confirmado pela SGM.

Segundo uma fonte do Planalto, ocorreu, de fato uma ligação de Bivar para Ramos, ocasião em que os dois tiveram uma primeira conversa sobre a escolha de um terceiro nome para liderar a bancada, mas não chegou a ocorrer um acordo, segundo esse relato, e não foi batido o martelo sobre quem seria o novo líder.

Na conversa, o ministro manifestou preocupação em relação a votações, principalmente a de projeto que trata, entre outras coisas, de alterações nas regras previdenciárias dos militares. O temor era que pudesse haver nova orientação de obstrução, como a feita por Waldir na última semana ,quando a Câmara votava uma medida provisória de interesse do governo.

Mas confiante que havia um acordo, a ala bivarista já se movimentou após o telefonema: Bivar retirou a suspensão dos cinco deputados do PSL e Delegado Waldir gravou e divulgou vídeo, em que afirmava aceitar “democraticamente uma nova lista que foi feita por parlamentares” e se colocava “à disposição do novo líder para, de forma transparente, passar para ele toda a liderança do PSL”.

Logo depois, no entanto, corria a notícia do protocolo do novo documento em favor de Eduardo.

Segundo a fonte do Planalto, a conversa entre Ramos e Bivar ocorreu perto das 8h da manhã, e o ministro não tinha conhecimento dessa nova lista preparada por Vitor Hugo.

Guerra de listas – Na quinta-feira passada, após perder uma briga de listas para destituir Waldir, Vitor Hugo anunciou que já coletava assinaturas para reverter o resultado. A fonte garante, no entanto, que o ministro só teria tomado conhecimento sobre a iniciativa de Vitor Hugo quando a lista já havia sido protocolada.

Já instalada a confusão, Ramos conversou com Vitor Hugo, que explicou ter chegado cedo na Câmara. Em tuítes ontem, pouco depois de protocolar a lista pró-Eduardo, o líder do governo postou documento em que Bivar recua da decisão de suspender os cinco do PSL, afirmando que “não há qualquer suspensão registrada na Câmara. Nossos cinco deputados estão em plena atividade e suas assinaturas e vontades serão consideradas”.

A SGM confirmou que uma segunda lista foi apresentada nesta segunda-feira pela manutenção de Waldir, mas ela ainda estava em fase de conferência de assinaturas.

Segundo Bozzella, a ideia agora é partir para um terceiro nome e encerrar o troca-troca de liderança. “Independente de eles não cumprirem acordo, nós vamos fazer um gesto: vamos escolher um líder que contemple os dois lados”, disse. (Reuters)

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