Governo lançará estímulos de curto prazo

5 de junho de 2019 às 0h05

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Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Brasília – O governo irá lançar estímulos de curto prazo para revigorar a economia após a aprovação da reforma da Previdência, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, indicando ainda que a economia mínima de R$ 1 trilhão com a investida dará fim a uma fase de arrocho.

“Previdência é só o começo”, afirmou o ministro em sua fala inicial na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, ontem. “Nós temos insistido em manter o R$ 1 trilhão porque esse número nos permite praticamente encerrar a fase de contenção”, acrescentou ele.

Aos parlamentares, Guedes reforçou que o País enfrenta as consequências de uma extrema falta de controle dos gastos públicos. Ele avaliou ainda que isso está aprisionando o Brasil num quadro de desemprego em massa e baixo crescimento econômico.

“Brasil é uma baleia ferida que foi arpoada várias vezes, foi sangrando, sangrando e parou de se mover”, disse Guedes. “Precisamos retirar os arpões.”

Sobre as medidas de estímulo de curto prazo, Guedes citou a liberação de recursos do PIS/Pasep e o projeto de lei para o chamado Plano Mansueto, para socorro aos estados, que foi enviado ontem ao Congresso pelo Planalto.

Ao contrário do que disse na semana passada, Guedes não mencionou desta vez eventual saque das contas ativas e inativas do FGTS no cardápio de medidas para dar algum ímpeto à atividade econômica.

O ministro ressaltou não ser possível lançar esses estímulos sem que os fundamentos econômicos sejam corrigidos. Depois da reforma previdenciária, o governo quer ainda enviar ao Congresso o projeto para lançar o regime de capitalização – ou poupança garantida, como disse o ministro, além de ver uma reforma tributária tramitando pela Câmara dos Deputados e o avanço do pacto federativo pelo Senado.

“Minha melhor informação me sugere ser esse o caminho”, afirmou Guedes, após ser convocado ao colegiado para explicar os impactos econômicos e financeiros da reforma da Previdência.

Sobre a capitalização, o ministro ponderou que o Congresso terá liberdade para optar por um regime para os jovens com encargos trabalhistas pagos pelas empresas, mas opinou que esse pagamento sobre a folha é nocivo para a geração de empregos.

Ele também indicou que alguns números sobre o custo de transição para a capitalização são superestimados porque pressupõem a entrada de todos os trabalhadores no novo regime, sendo que o governo quer que ele seja ofertado “só para jovens no seu primeiro emprego”.

“São 200 mil, 300 mil jovens, custo de transição é muito mais baixo”, afirmou.

Se o País não estivesse discutindo hoje a proposta que muda as regras para o acesso à aposentadoria, estaria engolfado numa “crise enorme”, e o dólar poderia estar disparando, disse Guedes.

Vencida essa etapa, há agenda construtiva pela frente, prosseguiu o ministro, afirmando que o governo irá então se debruçar sobre a questão dos privilégios tributários, como deduções ao Imposto de Renda concedidas para famílias que têm recursos e isenções para escolas e hospitais que também atendem população mais rica.

De acordo com o ministro, o governo também quer com a reforma tributária acabar com os impostos indiretos e instituir um imposto único federal com base no IVA (Imposto sobre o Valor Agregado).

Braskem – Após a Odebrecht e a fabricante de produtos químicos LyondellBasell Industries terem anunciado que encerraram sem sucesso as negociações relacionadas à venda do controle da petroquímica Braskem para o grupo europeu, Guedes avaliou que o País é hoje visto como território hostil a negócios.

“O mundo olha para nós um pouco como oitava economia (global), mas 109º ambiente de negócios”, disse ele, pontuando que o governo de Jair Bolsonaro quer, em quatro anos, que o Brasil entre no grupo dos 50 melhores colocados nesse ranking. (Reuters)

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