Ministério da Saúde está na mira do centrão

28 de julho de 2020 às 0h10

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Eduardo Pazuello | Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Brasília – Sem sinais de trégua da pandemia de coronavírus, o Ministério da Saúde poderá passar por mais uma troca de comando a partir do mês que vem e já entrou na mira do centrão como a primeira pasta no governo do presidente Jair Bolsonaro a ser possivelmente ocupada pelo grupo.

O mês de agosto é o prazo que o atual ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, havia dado para cumprir a “missão” dada a ele por Bolsonaro quando assumiu o posto, em maio deste ano. A auxiliares, Pazuello afirmou que o trabalho seria de 90 dias e gostaria de voltar para o Exército e retomar sua carreira.

O prazo pode ser ampliado se Bolsonaro achar que a missão de Pazuello não terminou, mas o general sofre pressão de outros lados. Fontes ouvidas pela Reuters confirmam que há um desconforto dentro das Forças Armadas com a permanência dele no cargo e defendem que, em agosto, ele ou saia do ministério ou vá para a reserva.

Pazuello já disse a auxiliares e a parlamentares que não tem intenção de ir para a reserva neste momento.

De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, desde a última crise sobre a permanência de Pazuello no cargo, há duas semanas, quando foi criticado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, e se cogitou sua saída imediata, não houve mais sinais do Palácio do Planalto nem de Pazuello sobre deixar o ministério.

“Tem alguma movimentação, especialmente vinda do Congresso. O deadline que o ministro deu está chegando próximo, então em especial o centrão tem se articulado”, disse uma das fontes.

No Congresso, parte do centrão – grupo de partidos com quem Bolsonaro buscou aproximação nos últimos meses para formar uma base aliada – já está de olho no posto. Apesar das dificuldades em decorrência da pandemia, o Ministério da Saúde tem um dos maiores orçamentos da Esplanada.

Essa não seria a primeira vez que o centrão ocuparia a pasta da Saúde. O bloco esteve à frente do ministério por todo o governo do ex-presidente Michel Temer, primeiro com Ricardo Barros e depois com Gilberto Occhi, ambos do PP.

Com Bolsonaro, o grupo já ocupa a Fundação Nacional da Saúde com Giovanne Gomes da Silva, ligado ao PSD.

Terceira mudança – Caso a saída de Pazuello se confirme, será a terceira troca no comando do Ministério da Saúde desde o início da pandemia.

Luiz Henrique Mandetta foi demitido em abril por divergências com Bolsonaro sobre o distanciamento social, enquanto seu substituto, Nelson Teich, ficou menos de um mês no cargo até pedir demissão por discordar do presidente sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. (Reuters)

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