Brasília – O PSB e outros partidos de oposição entrarão com um pedido de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), líder do partido na Casa e filho do presidente Jair Bolsonaro por causa da declaração que deu afirmando que a resposta a uma eventual radicalização da esquerda no país seria um novo AI-5, instrumento que marcou o endurecimento da ditadura militar no Brasil.
“O povo brasileiro não aceita e não tolera o fim da democracia. O presidente e sua família foram eleitos pela via democrática e juraram defendê-la. E democracia não combina com AI-5 ou qualquer outra medida autoritária”, disse o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).
PUBLICIDADE
Candidato do PT à Presidência da República em 2018, o ex-prefeito Fernando Haddad afirmou que “a única punição cabível” à fala de Eduardo “é a perda do mandato”.
O presidente do DEM, ACM Neto, emitiu nota na qual classifica a fala de Eduardo Bolsonaro como uma “inaceitável afronta à democracia”.
Presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que disse em uma rede social que “parece que não restam mais dúvidas sobre as intenções autoritárias de quem não suporta viver em uma sociedade livre”.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu que o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal tomem providências contra as declarações. “A população precisa saber o que vocês estão fazendo”, disse.
PUBLICIDADE
A direção nacional do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, emitiu nota na qual, “com veemência”, diz repudiar “integralmente qualquer manifestação antidemocrática que, de alguma forma, considere a reedição de atos autoritários”. “A simples lembrança de um período de restrição de liberdades é inaceitável”, diz o texto.
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que a democracia vive um “grave risco”. “Agora fica claro que isso é tudo que essa gente sempre quis”, disse.
Marcos Pereira, presidente do Republicanos, divulgou nota em que diz “repudiar veementemente” a declaração de Eduardo e pediu “bom senso, equilíbrio, moderação e diálogo”.
O líder do bloco que reúne MDB, PP e Republicanos, o senador Esperidião Amin (PP-SC) disse que a manifestação é “absolutamente desconectada de fatos e realidades”. “De forma que acho que ela [a manifestação] é irrelevante pelo conteúdo e por quem explicita o conteúdo”, afirmou o senador. (Folhapress/Reuters)