Reforma administrativa será enviada ao Congresso

8 de fevereiro de 2020 às 0h04

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Declaração de Paulo Guedes sobre o funcionalismo público gerou pôlemica na sexta-feira - Crédito: Valter Campanato / Agência Brasil

Rio – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na sexta-feira (7) que o governo vai encaminhar a reforma administrativa para a Câmara na próxima semana.

Em evento na Fundação Getúlio Vargas, o ministro frisou a importância de ajustar regras dos salários do funcionalismo, ressaltando que parte da categoria virou “parasita”.

“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo“, disse Guedes. “O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático. A população não quer isso”, acrescentou.

As declarações do ministro foram feitas durante a defesa da aprovação de reformas estruturais, como a do pacto federativo. A proposta enviada ao Congresso prevê a criação de um mecanismo de emergência fiscal que permite ao governante suspender por até dois anos aumentos para os servidores público, em caso de dificuldades fiscais.

Segundo o ministro, o Congresso está “abraçado” à agenda de reformas do governo, cenário que disse considerar bem diferente do visto no início do governo Jair Bolsonaro.

O ministro afirmou, ainda, que tem recebido apoio do presidente Bolsonaro “em tudo” na pauta econômica.

Polêmica – As falas do ministro desencadearam manifestações contrárias de entidades que representam categorias do funcionalismo, inclusive dentro do próprio Ministério da Economia.

No fim da tarde, a pasta divulgou nota afirmando que a fala do ministro foi tirada de contexto pela imprensa e que o ministro apontou a necessidade de mudanças nas regras do funcionalismo em meio ao quadro de penúria enfrentado por Estados, sendo que parte deles já estão gastando mais com pessoal do que o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

“Nessa situação extrema, não sobram recursos para gastos essenciais em áreas fundamentais como saúde, educação e saneamento”, disse a nota.

“O ministro argumentou que o País não pode mais continuar com políticas antigas de reajustes sistemáticos. Isso faz com que os recursos dos pagadores de impostos sejam usados para manter a máquina pública em vez de servir à população: o principal motivo da existência do serviço público”, completou.

A Unafisco, que representa auditores fiscais da Receita Federal, emitiu nota de repúdio, afirmando que a comparação feita por Guedes de funcionários públicos com parasitas era rasa e generalizada.

“Se partilhássemos da descompostura do ministro, poderíamos compará-lo a um serviçal do mercado, que promove a falência do Estado em detrimento do povo brasileiro. Falta não só elegância ao ministro Guedes, como patriotismo”, disse a entidade.

“O assédio institucional que vem sendo praticado pelo senhor Paulo Guedes em relação aos servidores públicos já ultrapassa os limites legais e merece reação à altura”, acrescentou a Unafisco. (Reuters)

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