BNDES vai acelerar a devolução de R$ 250 bilhões emprestados pelo Tesouro
Brasília – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, confirmou ontem, em entrevista no Palácio do Planalto, que o banco vai acelerar a devolução de R$ 250 bilhões de empréstimos concedidos pelo Tesouro Nacional à instituição. A informação foi antecipada, na segunda-feira (2), pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. “Estamos discutindo com o Tesouro como antecipar o pagamento e ter um fluxo mais equilibrado ao longo do período”, disse Dyogo. “Há uma preocupação nossa de adequar os recursos que o BNDES usa à nova realidade do País e parte disso tem a ver com nós deixarmos para trás essa história de dependência do Tesouro Nacional”, completou. O presidente do BNDES informou que esses empréstimos têm vencimento em 2060 e não incluem os R$ 70 bilhões que o banco se comprometeu a devolver até o final do ano ao Tesouro para o cumprimento da chamada regra de ouro. Regra de ouro – Prevista na Constituição, a regra impede o Tesouro de emitir dívidas para o pagamento de despesas correntes do orçamento e corre o risco de ser descumprida devido aos elevados déficits das contas públicas. Dyogo Oliveira confirmou também que pode não ser necessária a devolução desses R$ 70 bilhões ao Tesouro neste ano para o cumprimento da regra de ouro, devido ao lucro que o Banco Central está obtendo com a variação da taxa de câmbio. Esse lucro retorna para o Tesouro Nacional e ajuda no cumprimento da regra de ouro. Ele informou que aguarda a decisão do Tesouro em relação a essa devolução, que pode ser feita ou no final do ano ou início de 2019, já no próximo governo. O BNDES se comprometeu com o Ministério da Fazenda a devolver R$ 130 bilhões neste ano. Já foram devolvidos R$ 60 bilhões, restando os R$ 70 bilhões que agora a devolução poderá ser adiada.
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