Economia

FCA e Peugeot anunciam acordo para criar grupo automotivo de US$ 50 bi

FCA e Peugeot anunciam acordo para criar grupo automotivo de US$ 50 bi
Crédito: REUTERS/Jonathan Ernst/File Photo

Milão/Paris – A Fiat Chrysler e a controladora da Peugeot, PSA, planejam juntar forças em uma fusão de iguais que criará a quarta maior montadora de veículos do mundo, em busca de escala para bancarem pesados investimentos em novas tecnologias e enfrentarem desaceleração da demanda.

Fiat Chrysler (FCA) e PSA anunciaram ontem que pretendem alcançar um acordo vinculante para criarem um grupo automotivo de US$ 50 bilhões e que terá ações listadas em Paris, Milão e Nova York. O presidente-executivo do novo grupo será o atual presidente da PSA, Carlos Tavares, e o presidente do conselho de administração será o atual presidente da FCA, John Elkann.

No Brasil, o grupo combinado deve ultrapassar General Motors e Volkswagen em vendas de veículos. No acumulado de janeiro a setembro, FCA e PSA registram 395,5 mil licenciamentos ante 345,75 mil da GM e 304,6 mil do grupo Volkswagen, segundo dados da Fenabrave.

No País, maior mercado da Fiat fora o da Itália, a FCA possui duas fábricas de veículos – Betim e Goiana (PE) – com capacidade total para cerca de 1 milhão de carros por ano, além de duas fábricas de motores capazes de produzir 1,4 milhão de propulsores a cada ano. Já a PSA tem um polo automotivo em Porto Real (RJ), incluindo fábricas de veículos e motores.

O grupo terá as marcas Fiat, Jeep, Dodge, Ram, Chrysler, Alfa Romeo, Maserati, Peugeot, Citroen, DS, Opel e Vauxhall, incluindo carros populares, de luxo, utilitários esportivos e veículos comerciais.

O anúncio ocorreu menos de cinco meses depois que a FCA desistiu de negociações para uma fusão com a Renault. Com a fusão, a FCA terá acesso a plataformas mais modernas de veículos da PSA, ajudando o grupo a cumprir normas mais rígidas contra emissão de poluentes, enquanto a PSA, concentrada na Europa, vai se beneficiar dos negócios lucrativos da FCA nos Estados Unidos e em grandes mercados como Brasil.

O analista Philippe Houchois, da Jefferies, afirmou que o atingimento de uma fusão de partes iguais significa que a PSA vai pagar um prêmio de 32% para assumir o controle da FCA.

“Os acionistas da PSA estão assumindo mais risco que os da FCA”, disse Houchois, embora ele admita que uma fusão entre FCA e PSA ainda represente a combinação mais lógica e atraente da indústria.

Acordo – PSA e FCA afirmaram que esperam concluir o acordo nas próximas semanas. O negócio criará um grupo com vendas de 8,7 milhões de veículos por ano e que ficará atrás de Volkswagen, Toyota e Renault-Nissan.

As duas montadoras, que possuem fábricas de veículos também no Brasil, têm como objetivo economia de 3,7 bilhões de euros, dos quais 80% serão alcançados nos primeiros quatro anos do acordo. As empresas não mencionaram fechamento de fábricas. (Reuters)

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