Setor no País projeta 2024 com otimismo

São Paulo – As vendas de veículos novos no Brasil devem subir 12% este ano, para 2,58 milhões de unidades, mas a estimativa ainda poderá ser revista para cima em meados do ano, disse também ontem o presidente da associação de concessionários Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior. “Espero estar errado sobre a projeção e acho que, no meio do ano, vamos refazer a projeção para mais”, afirmou ele.
“É um ano de PIB que deve crescer menos (que 2023), mas o mercado de veículos está se recuperando de uma retração de vários anos e, por isso, o otimismo”, reforçou o diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli.
A expectativa da Fenabrave é maior que a da associação de montadoras, a Anfavea, que no mês passado projetou crescimento de 7% nas vendas em 2024, para 2,45 milhões de veículos. O otimismo da Fenabrave vem embalado também pela perspectiva de continuação do ciclo de queda de juros, ampliação do crédito, aumento da renda e medidas do governo de incentivo ao setor e ao restante da indústria, como o Programa Mover, anunciado via medida provisória pelo governo federal no final de dezembro, e também o projeto de lei da depreciação acelerada.
Questionado sobre o impacto para o setor automotivo das medidas, que ainda carecem de regulamentação ao longo dos próximos meses, Andreta Júnior elogiou a MP e o projeto de lei e afirmou que foram “as medidas que o governo podia tomar”. “Acho que estamos em um momento mágico para termos um ano sem as turbulências do ano passado, com cenário político mais calmo e com as regras claras do Mover”, disse o presidente da Fenabrave, referindo-se aos ataques golpistas ocorridos em Brasília em 8 de janeiro de 2023.
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Marcos do setor
A última vez que as vendas de veículos novos no Brasil chegaram um pouco mais perto da marca de 3 milhões de unidades foi em 2019, quando foram emplacados cerca de 2,8 milhões de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. De lá para cá o setor tem patinado no patamar de 2,1 milhões de unidades.
O recorde histórico ocorreu em 2012, com 3,8 milhões de veículos novos vendidos, quando a taxa de juros Selic estava em 7,25% ante os atuais 11,75%. A capacidade de produção das montadoras no País é de cerca de 4,5 milhões de veículos por ano.
“O que vende automóvel é crédito”, disse Andreta Júnior, citando que as vendas financiadas atualmente são 30% do total, “quando já foram de 70%”.
“Temos um cenário bastante positivo de juros e câmbio, principalmente para o setor automotivo. O crédito está começando a voltar a subir. Se não tivermos nenhum susto maior, essa tendência se perpetua pelo ano e fecharemos 2024 com uma tendência de crédito crescente”, disse Tereza Fernandez, da TF Consultoria, que assessora a Fenabrave em suas projeções.
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