Economia

Caixa planeja estratégia para ampliar serviço

Caixa planeja estratégia para ampliar serviço
Estatal deve usar recursos de acordo com a CNP Assurances para atingir suas metas - CRÉDITO:ALISSON J. SILVA

São Paulo – A Caixa Econômica Federal usará recursos de um acordo feito com a seguradora francesa CNP Assurances para fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua capacidade de oferta de crédito, disse o presidente do banco estatal, Nelson Antonio de Souza.

“Poderemos ampliar o crédito, ainda que de forma prudente, nas linhas que exijam menos alocação de capital”, explicou Souza, em entrevista à Reuters, na sede do banco em São Paulo, na sexta-feira (31).

A CNP Assurances pagará R$ 4,65 bilhões para poder vender produtos das áreas de vida, prestamista e previdência até 2041 nas agências da Caixa Econômica Federal, anunciou, na quarta-feira (29), sua unidade Caixa Seguridade.

O banco também deve captar mais recursos ainda em 2018 com outras parcerias que envolvem o uso de suas agências para venda de seguros habitacional, automotivo, de riscos patrimoniais e consórcios, disse Souza.

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Abertura de capital – Além dos recursos mais imediatos, a renovação do acordo em novas bases com a CNP Assurances abre caminho para a Caixa Econômica retomar os planos de abrir o capital da Caixa Seguridade, que haviam sido interrompidos desde 2016 devido ao impasse nas negociações com os franceses sobre extensão da parceria que vence em 2021.

Como parte das conversas, a Caixa Seguridade estendeu um acordo de exclusividade com a corretora Wiz até 2021. A Caixa Seguridade criou uma corretora própria para operar com a Wiz a partir de então, contou Souza.

O movimento é o primeiro de uma série de iniciativas lançadas pela Caixa, nos últimos anos, para levantar recursos com vários de seus ativos e fortalecer os níveis de capital, que ficaram bastante debilitados na esteira da fracassada campanha do governo federal de usar os bancos públicos para tentar reanimar uma economia na trilha da recessão.

Após o acordo com a CNP Assurances, o banco estatal vai retomar o processo de venda de seu braço de loterias instantâneas Lotex, que fracassou em julho por falta de interessados. Pelo negócio, o governo esperava um lance mínimo de R$ 1 bilhão. “Estamos reformulando o modelo de negócios da Lotex para dar maior atratividade a investidores e vamos voltar ainda em 2018”, destacou Souza. “Interessados tem”.

Em outra frente, a Caixa Econômica se prepara para voltar a repassar parte de suas carteiras de crédito, instrumento muito usado pelos demais bancos, mas que o banco estatal foi proibido de fazer pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2016. “Já obtivemos aval da área técnica do TCU para a venda de ‘carteiras performadas’”, disse Souza, em referência a créditos adimplentes. “Vamos voltar ao mercado nos próximos meses”, acrescentou ele.
O banco também vai retomar a venda de um lote de imóveis recebidos por inadimplência, que fracassou este mês devido à percepção de risco dos potenciais investidores. A expectativa com esse negócio é também de levantar R$ 1 bilhão.
As iniciativas devem dar ao banco maior capacidade de cumprir níveis mais rígidos de alocação de capital previstos em Basileia III e que entram em vigor no começo de 2019, ao mesmo tempo em que tenta voltar a ampliar crédito, após dois anos de estagnação.

Consignado-FGTS – Uma das linhas que o banco pretende ampliar sua participação é no crédito consignado, por se encaixar no foco da Caixa Econômica de priorizar linhas de menor risco e que, por isso, exigem menor alocação de capital. O banco aposta que mudanças operacionais façam deslanchar o consignado para trabalhadores do setor privado, com garantia do FGTS.

Dentre as iniciativas para reduzir a desvantagem frente aos principais rivais em alguns segmentos, a Caixa está criando um braço para reunir os negócios de cartões, disse Souza.
Em outra frente, o banco lançou, neste mês, projeto piloto de agências digitais para atender a crescente demanda por serviços fora das agências físicas. Até o final do ano, a Caixa deve inaugurar 100 unidades dessas agências, enquanto conclui um sistema que permita ao banco abrir contas correntes totalmente digitais ainda em 2018, contou o executivo. (Reuters)

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