Economia

Outubro deve ser de cautela na B3

Outubro deve ser de cautela na B3
A indefinição da disputa presidencial nacional, principalmente em um eventual segundo turno, é o que preocupa o mercado - Crédito:Nacho Doce / Reuters

São Paulo – Estrategistas de ações recomendam cautela na bolsa brasileira em outubro dado o panorama ainda bastante incerto sobre o resultado da disputa presidencial no País, enquanto o cenário externo pode adicionar volatilidade em meio à continuidade de tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos.

“A atenção do mercado está completamente voltada para o cenário eleitoral no Brasil, com uma indefinição ainda grande e um resultado potencialmente binário para a bolsa”, afirmou a XP Investimentos, em nota a clientes.

“(…) Aumentamos as proteções para o mês de outubro a fim de evitar volatilidade excessiva por conta do cenário eleitoral”, destacou a equipe da XP.

O tom mais conservador vem, particularmente, após o Ibovespa, índice de referência de ações da B3, subir 3,5% em setembro e acumular, ao longo do terceiro trimestre, elevação de 9%.

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“Nós acreditamos que as chances de um resultado negativo para as eleições presidenciais deste mês aumentaram nos últimos 30 dias, e não achamos que o mercado esteja avaliando isso adequadamente”, endossou o BTG Pactual, que também optou por um portfólio mais defensivo em outubro.

As últimas pesquisas eleitorais têm mostrado os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) liderando com certa folga a corrida eleitoral, mas os cenários de segundo turno envolvendo os dois permanecem nebulosos. O primeiro turno da eleição ocorre no dia 7 de outubro. O segundo, no dia 28.

A Lerosa Investimentos, que também vê volatilidade à frente em razão da corrida eleitoral, destaca ainda a reunião de política monetária do Banco Central no final do mês, após a definição do novo presidente, “com possibilidade em aberto de mudança na taxa Selic evidenciada tanto no comunicado, quanto na ata”.

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Guerra comercial – No exterior, as questões comerciais envolvendo os Estados Unidos, particularmente o embate com a China, devem continuar afetando o humor dos investidores, principalmente pelo potencial efeito sobre o crescimento da economia mundial.

A equipe da BB Investimentos ressalta que o volume de capital estrangeiro para a bolsa continua firme, acompanhando o movimento global de retorno aos mercados emergentes, o que deve continuar influenciando o pregão, apesar das incertezas eleitorais.
Dados mais recentes da B3 mostram entrada líquida de capital externo de quase R$ 3 bilhões em setembro até o dia 27. (Reuters)

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