Alternativa competitiva para o agronegócio

4 de agosto de 2018

São Paulo – Na avaliação de Rachel Biderman, diretora da organização não-governamental (ONG) World Resources Institute (WRI) no País, as propostas coalizão “Brasil Clima, Florestas e Agricultura” oferecem uma alternativa mais competitiva e moderna para o agronegócio brasileiro, que vem sendo impactado com a falta de chuvas, quebras de safras e recordes de temperaturas em regiões produtivas. “É preciso adaptar o setor produtivo para essa nova realidade. É uma proposta concisa, bem pensada, resultado de quase três anos de trabalho”, argumenta. Para ela, é fundamental que o crédito agrícola seja direcionado para a agricultura que privilegie a baixa emissão de carbono. “Isso é uma decisão simples e se faz com uma canetada em Brasília após uma reunião do presidente com os ministros”, comenta. Segundo ela, o mundo espera do Brasil soluções importantes porque o País será responsável por alimentar parte considerável da população mundial. “Se não fizermos as alterações de rumo propostas ali, não seremos a economia forte que em 2050 terá desafios globais de alimentar o planeta”. O climatologista Carlos Nobre é enfático ao dizer: o Brasil é o País que mais pode contribuir com o uso da terra para reduzir o risco dos desafios climáticos. “É perfeitamente factível produzir de maneira sustentável aumentando a produtividade”. Diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio, uma das principais entidades representativas do setor no País, Luiz Cornachioni diz que a agropecuária brasileira precisa acrescentar cada vez mais a sustentabilidade na produção. “Sem sustentabilidade, não vamos fazer um bom agronegócio. Isso fará toda a diferença”, afirma. Integração – Cornachioni defende a maior adoção da agricultura de baixo carbono com técnicas como a integração lavoura-pecuária-floresta, que concilia a produção de grãos, carne e madeira em uma mesma área em diferentes épocas do ano. Segundo a Rede ILPF, composta pela Embrapa e por órgãos do governo, há 13,7 milhões de hectares com a técnica no País. “São mecanismos modernos de produção. Mas para adotá-los não precisamos só de recursos. Falta assistência técnica e extensão rural para transferir essas tecnologias e elas chegarem a mais produtores”, aponta. Ele também afirma ser fundamental respeitar o Código Florestal. Para isso, a Coalizão propõe que financiamentos bancários estejam ligados à implantação do Código e à não existência de desmatamento ilegal, que vem sendo prejudicada pelo adiamento do prazo de implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O grupo sugere também o direcionamento de recursos financeiros e humanos para garantir a validação do CAR. “Temos metas a cumprir e este documento vai ajudar o País, principalmente num momento político como esse, por trazer contribuições importantes e colocar em evidência uma discussão fundamental”, explica Cornachioni.

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