Azul espera maior demanda até fim do ano

10 de agosto de 2018 às 0h00

São Paulo – A Azul vê a demanda doméstica se fortalecendo no segundo semestre, impulsionada pelo segmento corporativo e por agências, disse ontem o presidente do conselho da empresa aérea, David Neeleman. No segmento internacional, apesar da alta do dólar ante o real, a empresa ainda vê a demanda bastante aquecida e mantém a estimativa benigna para o setor. “Estamos surpresos de maneira positiva como a demanda internacional tem se mantido firme”, avaliou o vice-presidente de finanças da Azul, Alex Malfitani. Segundo o executivo, o quadro de alguma recuperação da economia brasileira favorece a manutenção da forte procura por viagens, incluindo internacionais. Nesse cenário, a empresa prevê que conseguirá manter o repasse do aumento de custos para as tarifas, ao mesmo tempo que trabalha para reduzir os custos e limitar a necessidade de elevação nos preços. No segundo trimestre, a empresa informou que aumentou em 15,5% o preço médio das tarifas na comparação com um ano antes. “Com o câmbio e o combustível (em alta), não tem como não aumentar preço”, disse à Reuters o diretor presidente da Azul, John Rodgerson, destacando, no entanto, a importância de reduzir os custos. “O consumidor não aguenta pagar mais por tarifas, então temos que trazer máquina mais eficiente”. Nesse sentido, a Azul anunciou em julho intenção de compra de 21 aeronaves Embraer 195-E2, aumentando a quantidade de pedidos firmes para 51. A entrega começa no próximo ano. Os novos modelos possuem 136 assentos, 15% acima da geração atual. Com o consumo de combustível mais eficiente dos modelos E2, a Azul espera operar essas aeronaves com uma redução de 26% no custo por assento e de 14% no custo por viagem em relação à geração atual de E1. Ontem, a Azul reportou seus resultados para o período de abril a junho, com prejuízo líquido de R$ 45 milhões. Ajustado após itens não recorrentes, a empresa reportou lucro ajustado de R$ 283,3 milhões, recorde para a empresa. Joint venture – Segundo os executivos da empresa, a Azul está conversando com a United Airlines sobre uma joint venture após a conclusão do acordo de céus abertos entre Brasil e Estados Unidos. Mas Neeleman disse que a conclusão de um acordo desse tipo “leva tempo”. Sem determinar prazos, o vice-presidente de finanças da Azul disse que inicialmente é preciso fazer uma negociação comercial para acertar um acordo em relação aos termos da parceria, incluindo itens como governança e compartilhamento de resultados. Após esse acordo, as empresas levam a proposta para que as autoridades avaliem a parceria e eventual impacto na competitividade do mercado. “Somando a demanda das duas empresas, não é nada que vá afetar a concentração de mercado no Brasil e nos Estados Unidos”, explicou Malfitani. Em relação ao potencial aumento de concorrência após a autorização para que a Norwegian Air opere no Brasil, inicialmente com voos entre o País e a Inglaterra, Rodgerson disse que a empresa sempre “está preparada para isso”. “Sempre vai ter concorrência. Nós não voamos para esse mercado (Inglaterra), então não tem impacto, mas sempre temos que estar preparados para isso”, destacou o executivo.

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