CCR planeja expandir atuação no Brasil

30 de abril de 2019 às 0h05

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Companhia vem preparando suas finanças para as próximas concorrências públicas - Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

São Paulo – A CCR indicou ontem interesse em expansão de negócios no Brasil e no exterior, em um esforço para retomar o foco do investidor na agenda estratégica da companhia, enquanto tenta superar os prolongados efeitos da greve dos caminhoneiros do ano passado e de polêmicas envolvendo um acordo de leniência.

Maior operadora de infraestrutura e de mobilidade urbana do País, a CCR planeja participar de 11 concessões federais de rodovias até 2021, assim como da licitação de linhas de trens metropolitanos e de intercidades, em São Paulo, e da relicitação do aeroporto de Viracopos. A empresa ainda sinalizou planos de expansão de negócios na Colômbia e na América Central.

Com queda de cerca de 20% de suas ações na bolsa desde o final de janeiro, a CCR firmou, nos últimos meses, acordos com procuradores do Paraná e de São Paulo, comprometendo-se a pagar mais de R$ 800 milhões para pôr fim a investigações envolvendo caixa 2 eleitoral e corrupção.

O episódio colocou a companhia no centro de uma polêmica sobre governança, com empresas especializadas em orientar acionistas recomendando reprovar um programa de incentivo à colaboração, que previa pagamento de R$ 71 milhões a executivos envolvidos em atos ilícitos. A proposta foi aprovada por maioria, em assembleia na semana passada.

“Concluídos os acordos, queremos retomar a percepção de valor da companhia”, disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da CCR, Arthur Piotto Filho. “Este é um dos principais desafios deste ano”.

Segundo o executivo, a empresa vem preparando suas finanças para as próximas concorrências públicas. No primeiro trimestre, a combinação de crescimento das receitas e controle custos fez o indicador dívida líquida/Ebitda atingir 2,6 vezes, ante 2,8 vezes ao final de 2018. Na avaliação da diretoria, esse índice poderia ir a até 3,5 vezes sem comprometer a sustentabilidade financeira.

“Dito de outra forma, isso nos permitiria um endividamento adicional de até R$ 5 bilhões”, explicou Piotto Filho. “Isso nos dá um poder bastante bom de participar de próximas licitações”.

Resultado – A CCR teve lucro líquido de R$ 358,1 milhões, uma queda de 19,9% ante mesma etapa de 2018. De todo, foi uma reversão após o prejuízo de R$ 307 milhões no quarto trimestre.

A companhia ainda acusou os desdobramentos da greve dos caminhoneiros em 2018, que, entre outras consequências, forçou o governo federal e o do estado de São Paulo a isentar cobrança de eixo suspenso de caminhões vazios. Segundo a empresa, essas isenções resultaram em perda de receita de R$ 74,2 milhões no primeiro trimestre. Desde o início das isenções a conta chega a R$ 250,3 milhões.

“As isenções de eixos suspensos são passíveis de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos, e as formas de compensação estão sendo discutidas com os poderes concedentes”, afirmou a CCR no balanço.

O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 1,382 bilhão entre janeiro e março, aumento de 14,5% contra um ano antes.

O tráfego de veículos nas rodovias administradas pela CCR no primeiro trimestre foi 0,9% superior ao de mesma etapa do ano passado, excluindo efeitos como o das isenções de eixos suspensos. Sem esse ajuste, em termos consolidados, o tráfego caiu 1,2%. (Reuters)

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