Comércio mineiro apura alta em maio

13 de julho de 2018 às 0h00

Os reflexos da paralisação nacional dos caminhoneiros, que aconteceu em maio, com interrupções no abastecimento e, consequentemente, para o consumo das famílias no período, foram sentidos pelo comércio varejista em Minas Gerais. Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve queda de 1,6% no volume de vendas de maio em relação a abril deste ano. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, a greve provocou um movimento contrário. O receio de desabastecimento fez com que os consumidores procurassem os supermercados e hipermercados para garantir produtos. O setor registrou aumento de 21,3% e puxou o crescimento de 2,8% registrado pelo comércio no Estado em maio. No acumulado de doze meses, foi o 13º resultado positivo depois de 23 meses de recuos. A economista do IBGE, Cláudia Pinelli, ressaltou a continuidade dos resultados positivos na base comparativa com o mesmo mês de 2017. “As famílias estão conseguindo manter um aumento do consumo em supermercados, eletrodomésticos, artigos farmacêuticos e isso mantém o patamar positivo da variação do comércio”, afirmou. O contexto do varejo nacional é semelhante ao de Minas. Em maio de 2018, o volume de vendas recuou 0,6% na comparação com abril e, no confronto com igual mês do ano anterior, o varejo mostrou crescimento de 2,7% no Brasil. No entanto, os impactos da greve dos caminhoneiros afetaram mais o comércio do Estado. No comércio varejista ampliado, o setor de combustíveis e lubrificantes apresentou queda de -24,2% em Minas Gerais na comparação com o mesmo mês do ano anterior, enquanto no País a diminuição foi de 7,9%. O setor de veículos e motocicletas teve retração de -5,9% na mesma base comparativa no Estado e, no Brasil, registrou aumento de 2,2%. “O maior destaque de diferença é o setor de combustíveis que, apesar de ser a segunda maior queda em nível nacional, não foi tão representativa quanto o impacto específico em Minas. O setor de veículos e motocicletas, que vinha muito bem no Estado, sofreu grande retração nesse mês, provavelmente pelo período sem transporte de produtos”, explicou Pinelli. Belo Horizonte – Na Capital mineira, as vendas cresceram 2,02% em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior, como apontou levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). Apesar de ser o melhor resultado registrado desde 2012 nessa base comparativa, o desempenho ficou abaixo da previsão inicial de 2,76%. A paralisação dos caminhoneiros, o atraso do pagamento dos servidores do Estado e a recuperação lenta do cenário econômico foram os principais fatores que contribuíram para que o resultado não alcançasse a meta, na avaliação da economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. Por outro lado, a melhoria de alguns indicadores econômicos no mês de maio, como crescimento do rendimento real e a inflação com decréscimo em relação ao mesmo período de 2017, podem justificar o crescimento apresentado, segundo Bastos. “Além da crise no abastecimento, a greve gerou um esvaziamento dos pontos comerciais, principalmente pelas restrições na mobilidade urbana. Ainda não estamos no cenário econômico ideal, mas com certeza é muito melhor do que o dos dois últimos anos”, disse. Na comparação com maio de 2017, todos os setores apresentaram crescimento nas vendas e o que teve a maior alta, de 5,16%, foi o de supermercados, seguido por artigos diversos, que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha (3,05%); móveis e eletrodomésticos (1,53%) e drogarias e cosméticos (1,29%). O Dia das Mães registrou vendas positivas em Belo Horizonte, como apontou o índice real de vendas que, na comparação de maio com abril de 2018, alcançou crescimento de 1,44%, o maior para o mês nos últimos seis anos. “O crescimento anual tem melhorado gradualmente. A melhora dos indicadores macroeconômicos fez com que o comércio começasse a crescer novamente. Porém, ainda não é suficiente para recuperar as perdas passadas”, concluiu Bastos.

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