Dólar cai diante de perspectivas para sanção do Orçamento 2021

22 de abril de 2021 às 10h30

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Crédito: REUTERS/Ricardo Moraes

O dólar passava a cair acentuadamente contra o real nesta quinta-feira pós-feriado, com os investidores de olho no Orçamento depois que o presidente Jair Bolsonaro sancionou na véspera o projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Aprovado pelo Congresso Nacional na segunda-feira, o projeto abre caminho para a sanção do Orçamento de 2021, que vinha enfrentando impasse e tem como prazo máximo esta quinta-feira.

Os ajustes à LDO de 2021 incluem a flexibilização de regras para despesas com enfrentamento à pandemia da Covid-19 e permitem que o governo corte por decreto (e não por lei, como normalmente ocorre) despesas discricionárias para garantir o atendimento à totalidade das despesas obrigatórias.

O texto também desobriga a compensação de medida legislativa que acarrete aumento de despesa que não seja obrigatória de caráter continuado, ou seja, que não tenha execução obrigatória por período superior a dois exercícios, e determina que créditos extraordinários aprovados para cobrir despesas com os programas BEm, Pronampe e ações de saúde para o enfrentamento à pandemia não sejam contabilizados na meta de resultado primário deste ano.

Segundo Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, os desdobramentos em torno do Orçamento de 2021 foram como um pouco de “areia na fogueira” após semanas de impasse: “acalmaram os ânimos um pouco, uma vez que ficaram dentro das expectativas recentes dos mercados.”

Ainda assim, os economistas continuavam expressando preocupações com a saúde fiscal do Brasil.

“Com o fluxo de entrada apertado pela pandemia e pela atividade econômica travada e pela falta de outros meios de se buscar financiamento, o governo vai aprovar um orçamento em detrimento às despesas discricionárias e ao funcionamento da já pesada e paquidérmica máquina pública”, opinou em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Entre os pontos de atenção do cenário doméstico também ficava a notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira requerimento que confere regime de urgência ao projeto que abre à iniciativa privada a exploração de serviços postais.

“A aprovação do requerimento sinaliza uma retomada do compromisso, tanto do governo quanto do Congresso, com a agenda de privatizações, que registrou poucos avanços no governo atual e caiu em descrédito após as intervenções do presidente da República na Petrobras e no Banco do Brasil”, disse em nota Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Às 10h12, o dólar recuava 1,02%, a 5,4920 reais na venda. Na B3, o dólar futuro operava em queda de 1,41%, a 5,4915 reais.

Segundo Vanei Nagem, esse movimento de queda era apoiado por um cenário internacional benigno.

Há entre os investidores fortes perspectivas de uma recuperação econômica nos Estados Unidos, com dados recentes promissores elevando o otimismo decorrente da rápida vacinação da população norte-americana contra a Covid-19 e de um estímulo fiscal massivo no país.

Dados desta quinta-feira mostraram que menos norte-americanos entraram com pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, sugerindo que as dispensas estavam diminuindo e fortalecendo as expectativas de outro mês de forte criação de vagas em abril.

Na terça-feira, o dólar spot registrou queda de 0,09%, a 5,5486 reais na venda.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e abril de 2022.

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