Entidades alertam para alta de produtos como gasolina e diesel

10 de agosto de 2018 às 0h00

São Paulo – Em manifestação paralela assinada por outras entidades do agronegócio, como Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja), o setor afirma que outros produtos como gasolina e diesel também ficarão mais caros. A Anec afirmou nesta semana que o setor, que opera com margens baixas própria do negócio de commodities, está sendo altamente prejudicado com o tabelamento de fretes. Segundo a Abiove, os primeiros cálculos apontam que o tabelamento acarreta alta de custos da ordem de R$ 73,9 bilhões sobre o conjunto da economia, valor superior ao investimento anual do País em infraestrutura. Para a Abiove, que representa tradings e processadoras de soja, o principal produto de exportação do Brasil, que lidera nas vendas globais da oleaginosa, os custos gerados pela tabela serão pagos por toda a sociedade brasileira, em especial as pessoas de mais baixa renda. A competitividade internacional de produtos do Brasil, um dos maiores exportadores commodities agrícolas do mundo, também é colocado em xeque pela tabela de fretes, ressaltou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa exportadores de carne de frango, outra mercadoria que o País detém a liderança no cenário global. “A questão logística, que já é um entrave para a capacidade produtiva nacional, passou a ser um fator de retenção de negócios. Com o menor fluxo produtivo, os custos da nova tabela poderão desencadear impactos na manutenção dos postos de trabalho e causar inflação”, divulgou a ABPA. Frotas próprias – Enquanto o setor aguarda por uma solução da Justiça para a questão, a Cargill, um dos maiores exportadores do Brasil, e outras companhias estão avaliando a aquisição de frota própria de caminhões e a contratação de motoristas, para ficarem menos sujeitas aos efeitos da tabela. Ontem foi a vez de a Suzano Papel e Celulose admitir que não descarta eventual incorporação de caminhões próprios para lidar com os consequentes aumentos no custo de transporte de insumos e produtos aos clientes, entre outras medidas. A petroquímica Braskem avalia entre as opções usar mais o transporte de cabotagem, mas pondera que o reajuste do País aos efeitos da tabela poderá criar novos gargalos logísticos. Montadoras como Mercedes-Benz e Volvo identificaram nas últimas semanas aumento de sondagens de transportadores e embarcadores sobre aquisição de frotas de caminhões, enquanto empresas menores, como pequenos produtores rurais, já estão encomendando veículos.

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