Segundo pesquisa do Sebrae publicada 2018, considerando-se o total dos empreendedores do Brasil, verifica-se que ao se comparar empreendedores brancos e negros é possível perceber que:
- não há diferença entre os gêneros;
- tem maior proporção de jovens (43% têm até 34 anos, contra 39% entre brancos);
- os negros ganham menos (52% recebem até 2 salários-mínimos, contra 36% entre brancos);
- os negros são menos escolarizados.
Com base nestas informações, depreende-se que os negros trabalham com menos empregados, faturam menos e possuem menos chance de se destacar usando ferramentas intelectuais adquiridas tradicionalmente (em escolas).
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Mas, apesar disto, o cenário vai se tornando mais favorável para o negro a cada ano e isso tem uma relação muito estreita com o fortalecimento do processo de valorização da identidade negra que vem sendo construído há algum tempo e que acaba levando negros que até então não se declaravam como tais passarem a se autodeclararem como negros, impactando pesquisas que possuam recorte racial. Porém, não é só isso.
Há que se considerar também que as condições socioeconômicas do país, bem como suas nuances altamente discriminatórias e racistas construíram um abismo racial que demanda atenção e cuidado. Oxfan (2017) demonstra que a igualdade salarial entre brancos e negros no Brasil só seria possível em 2089. Ademais, hoje 67% de negros recebem 1,5 salário-mínimo.
Partindo deste ponto e levando em consideração todo o exposto anteriormente sobre empreendedorismo, há que se perceber que o ato de empreender realizado pelo negro, e que ganha o nome de afroempreendedorismo, mais que um movimento para ganhar dinheiro ou inovar no mercado, almeja criar uma adição ou complexidade de valores que permitam ao sujeito negro transcender, ir além com liberdade.
Afroempreendedorismo, portanto, diz respeito ao movimento empreendedor realizado por negras e negros. Tal fenômeno, no que tange ao seu nicho de atuação, não necessariamente deve se restringir à grupos de consumidores negros, podendo alcançar outros grupos étnicos sem que isso comprometa sua estrutura. Sendo assim, é importante esclarecer, que o afroempreendedor não é somente aquele que se dedica a trabalhar para um mercado estritamente afro, composto por negros de modo a ressaltar cultura e valores étnicos. Afroempreendedor é o negro que decide empreender, seja em qual ramo for e para qual público for, não se restringindo a alcançar somente consumidores negros. O afroempreendedor não precisa trabalhar estritamente com a temática racial, ele pode empreender em qualquer esfera ou campo que desejar. O que o caracteriza comoum afroempreendedor é exatamente a condição étnica deste sujeito e não o objeto de sua atividade.
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O afroempreendedorismo pode ser conceituado, então, como um fenômeno ou estratégia de caráter econômico, político e social que impele o negro ou negra a desenvolver uma atividade empresária, criativa e inovadora, com ou sem o auxílio de colaboradores.
Compreender o que é afroempreendedorismo é importante para quem lida como microempresas ou empresas de pequeno porte, pois boa parte destes negócios é desenvolvida por afroempreendedores, merecendo, portanto, uma atenção especial. Pequenos negócios desenvolvidos por afroempreendedores também requerem um olhar cuidadoso e atento para poderem se desenvolver com sucesso e perenidade. A Comissão de Apoio Jurídico às Micro e Pequenas Empresas da OAB/MG está atenta a isso e é um porto seguro de auxílio para aqueles que desenvolvem seus negócios.
Serviço
1 – Como consultar a OAB de um advogado?
Para consultar a OAB de um advogado basta ir em serviços/consulta/ inscrição no site da OAB/MG.
2- Qual o valor da anuidade da OAB MG?
3 – Quantos advogados têm em Minas Gerais?
O número de advogados de MG está em portal da transparência/quantidade de inscritos. O número hoje: 111970 advogados e 4002 estagiários