IPCA avança 0,45% no último mês

8 de novembro de 2018 às 0h01

Rio e São Paulo – A inflação oficial no Brasil foi pressionada pela alta de alimentos e transportes e registrou em outubro a maior taxa para o período em três anos, permanecendo pelo segundo mês seguido acima do centro da meta no acumulado em 12 meses. Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,45%, ante 0,48% em setembro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é o mais elevado para o mês desde os 0,82% registrados em 2015, mas ficou aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,55%.

O movimento, entretanto, ficou abaixo do esperado e tende a perder força, mantendo o Banco Central confortável em sua indicação de que não há urgência para elevar os juros.
Em 12 meses, o IPCA chegou a 4,56%, de 4,53% no mês anterior, permanecendo pouco acima do centro da meta de inflação – de 4,50 %, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

As pressões inflacionárias permanecem confortáveis, com o nível alto de desemprego e atividade fraca contendo avanços mais fortes, além de expectativas de alívio nos preços de combustíveis e tarifas de eletricidade em novembro.

“O mercado de trabalho ainda não tem força necessária para se falar em pressão de demanda no País. O nível de desemprego ainda está elevado e as pessoas não têm a mesma segurança para consumir”, disse o gerente da pesquisa no IBGE, Fernando Gonçalves.

Em outubro, os maiores impactos foram exercidos pelos grupos Alimentação e bebidas e Transportes, que juntos responderam por 70% do índice do mês.

Os preços de alimentação subiram 0,59% em outubro depois de alta de 0,10% em setembro, pressionados principalmente pelo aumento de 0,91 % da alimentação no domicílio.

Já os Transportes registraram a maior alta no mês, de 0,92%, mas mostraram alívio diante do avanço de 1,69% visto em setembro.

O destaque pelo segundo mês seguido foram os combustíveis, que subiram 2,44%, mas todos os itens apresentaram pressão menor de um mês para outro – etanol (de 5,42% para 4,07%), óleo diesel (de 6,91% para 2,45%), gasolina (de 3,94% para 2,18%) e gás veicular (de 0,85% para 0,06%).

“Ainda que os transportes tenham pesado bastante, os combustíveis ajudaram na pequena desaceleração do IPCA”, explicou Gonçalves.

Em novembro, os preços devem mostrar ainda mais alívio com a entrada em vigor de bandeira tarifária amarela nas contas de luz, com redução de custos para os consumidores frente aos cinco meses anteriores.

Também ajudará a conter a inflação a decisão da Petrobras de reduzir o preço médio da gasolina nas refinarias em 6,20% desde 31 de outubro, no maior corte já feito pela estatal desde o anúncio de uma política de reajustes diários do combustível.
O BC manteve na semana passada a taxa básica de juros Selic em seu piso histórico de 6,5% e avaliou que houve alguma melhora em seu balanço de riscos, corroborando apostas de que não subirá a Selic tão cedo.

Na ata desse encontro, afirmou que a inflação acumulada em 12 meses deve se elevar até atingir um pico por volta do segundo trimestre de 2019, recuando então em direção à meta ao longo do próximo ano. (Reuters)

Tags:
Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail