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Onda de violência fecha agências e prejudica clientes

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  • Por Diário do Comércio
  • Em 7 de agosto de 2018 às 00:00

São Miguel do Tapuio (PI) – A porta de ferro acabava de ser aberta e quase 50 aposentados já se aglomeravam em frente aos três guichês da lotérica Ponto da Esperança. Enquanto idosos se abanavam, atendentes procuravam distração no celular. A fila não andava. O único movimento era o do velho ventilador, que tentava combater o calor de 30 graus antes das 9h na última quarta-feira Ninguém era atendido porque, mais uma vez, São Miguel do Tapuio estava sem dinheiro em espécie. Na tentativa de conseguir receber o pagamento de benefícios ou pensões, todos se espremiam no salão abafado no aguardo de pessoas que fossem pagar contas ou fazer uma aposta na loteria. A espera do primeiro da fila só terminava ao entrar dinheiro suficiente para pagar seu benefício. “Tem gente que espera até cinco, seis dias para receber”, diz a atendente da lotérica, Iradeth Soares Silva. Na cidade do sertão piauiense, a falta de cédulas começou no fim de 2017. Três assaltos seguidos e uma explosão fizeram com que Banco do Brasil, Bradesco e Correios deixassem de aceitar dinheiro no município, a 220 km de Teresina. Sem poder pagar contas com dinheiro ou sacar recursos nas agências, os 17 mil tapuienses passaram a recorrer à lotérica da cidade para tentar ter acesso a dinheiro. O fenômeno atinge pequenas localidades, sobretudo no Nordeste, que têm sofrido com a onda de roubos a agências bancárias e caixas eletrônicos. Após os ataques, bancos voltam a funcionar, mas, com o argumento da insegurança, optam por operar sem dinheiro. No primeiro semestre deste ano houve 1.275 ataques a instituições financeiras, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada (Contrasp). No mesmo período de 2017, foram 1.090. Um detalhe legal permite que instituições financeiras rejeitem dinheiro. Ao rebaixar o local de “agência” para “posto de atendimento” (PA), o banco pode adotar regras flexíveis de funcionamento, como evitar cédulas e moedas. Desde 2016, deixaram de ter sua única agência bancária 215 municípios. Ao mesmo tempo, 189 ganharam um PA como único canal de atendimento, segundo o Banco Central. Não há informação sobre quantos desses postos aceitam dinheiro. Quando essas regras mais flexíveis foram anunciadas pelo BC em 2012, o setor dizia que a medida olhava para as melhores experiências no exterior e para o futuro, em que o uso de dinheiro seria cada vez menor. “Não sei mexer naquela máquina. Já tentaram me ensinar, mas não consigo”, diz o aposentado Francisco Alves de Souza, de 82 anos. Mesmo se soubesse, não adiantaria. Os cinco caixas eletrônicos instalados na cidade não permitem saque. Na porta do BB em São Miguel, duas placas tentam afastar assaltantes ao avisar que não há valores por ali. Dentro, o cliente só consegue conferir o saldo, pagar contas eletronicamente, pedir empréstimo ou abrir uma poupança que não poderá receber depósitos em dinheiro. É quase como um açougue que só vende carvão e pão de alho. Leia também: Bradesco e Banco do Brasil são os mais atingidos Nova moeda – Sem banco para oferecer mais cédulas, a economia dessas localidades passa a usar uma nova moeda de troca: boletos. Todo mês, Francisco e dezenas de outros pensionistas participam de uma verdadeira maratona para receber os R$ 954 da Previdência. Dias antes da data de pagamento começam a visitar comerciantes para perguntar se há contas a vencer com valor próximo do salário mínimo. Se a resposta for positiva, guardam o boleto até o dia do pagamento. Nessa data, o aposentado vai ao posto de atendimento do BB ou Bradesco e, sem ver o dinheiro, pede ao funcionário para pagar a conta com o montante depositado pelo INSS na conta. Em seguida, corre para o comerciante com o boleto autenticado para, finalmente, colocar a mão na aposentadoria. A prática é tão comum que comerciantes da cidade já medem o tamanho dos negócios pelo volume de boletos entregues aos aposentados. “Carrego uns três ou quatro velhinhos por mês. Tem comerciante que ajuda uns 20”, diz o dono da Lanches Loiola, Valdomiro Rodrigues. Aos que não conseguem um boleto, a opção é a fila na lotérica e esperar chegar o dinheiro.

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