São Paulo – A usina da Usiminas em Ipatinga, no Vale do Aço, teve ontem um novo acidente grave, três dias após a explosão de um equipamento que deixou 34 feridos, informou o sindicato local. O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região afirmou que um funcionário da empresa terceirizada Inner sofreu acidente na correia transportadora da sinterização e acabou com um dos braços amputado. A entidade não deu detalhes sobre a empresa terceirizada e não foi possível contatá-la para mais informações. A Usiminas confirmou o acidente com o eletricista de 36 anos, “que realizava atividade de manutenção programada no local quando se acidentou”. “A empresa ressalta que a sinterização não tem ligação com as áreas das ocorrências anteriores e que já está apurando as circunstâncias do acidente”, informou a companhia. Na sexta-feira (10), um gasômetro, tanque que armazena gases gerados pelo processo de produção de aço, explodiu por volta das 12h. A força da explosão, que pôde ser vista a quilômetros de distância, causou pânico em Ipatinga, cidade que tem a Usiminas como principal empregadora. A explosão deixou 34 feridos e paralisou a produção de aço bruto da companhia. Antes da explosão, na quarta-feira, um funcionário, também terceirizado, morreu prestando serviços de manutenção em equipamento na área de aciaria da usina. “Os acidentes, todos eles, são gerados pelas mesmas situações. A empresa não está treinando os funcionários, a empresa insiste em aumentar o lucro a todo custo, aumentando jornada de trabalho por meio de bancos de horas e após a reforma trabalhista, terceirizando a quem oferece o menor preço”, afirmou o presidente do sindicato, Geraldo Magela Duarte. “Podemos esperar mais acidentes”, acrescentou. A usina de Ipatinga está em operação desde a década de 1960. O complexo tem três altos-fornos, dos quais o número 1 foi reativado em abril deste ano, após ficar parado desde 2015, em meio à queda na demanda brasileira por aço. Os acidentes ocorrem enquanto a Usiminas discute um plano estratégico de longo prazo, após vários anos de uma intensa disputa entre os sócios Ternium e Nippon Steel pelo controle do dia a dia das operações da companhia. Na pauta estão discussões que vão desde pesados investimentos para garantir continuidade de operações de mineração, a instalação de uma nova linha de galvanização na unidade e o tipo de reforma que a empresa terá de fazer no alto-forno 3, o maior da unidade, com capacidade para 3 milhões de toneladas de ferro-gusa por ano. Dívida – Os incidentes também ocorreram cerca de um ano após a companhia concluir uma renegociação de dívida com bancos e outros credores, após um processo de refinanciamento que incluiu aumento de capital de R$ 1 bilhão e um aporte de R$ 700 milhões da unidade de mineração do grupo. Duarte afirmou que o sindicato enviou à Usiminas pedido para participar das apurações sobre as causas dos acidentes. Procurada, a Usiminas afirmou que “segue as melhores práticas internacionais de segurança, alinhadas às da siderurgia mundial. As causas do acidente seguem em apuração pelas equipes técnicas e os trabalhos estão sendo acompanhados pelas autoridades competentes”.
COTAÇÃO DE 29/07/2022
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