Pobreza global reduz, mas não será extinta até 2030

20 de setembro de 2018 às 0h05

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REUTERS/Francis Mascarenhas

Londres – O número de pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia no mundo diminuiu para cerca de 655 milhões, ou 9% da população mundial, mas a meta global de acabar com a pobreza extrema até 2030 dificilmente será cumprida, alertou ontem o Banco Mundial.

Sem mudanças de políticas significativas, cerca de 480 milhões de pessoas – aproximadamente 6% do mundo – continuará na pobreza extrema em 2030, a maioria em países africanos pobres que estão ficando para trás, apontou a entidade em uma previsão.

“A taxa de pobreza global hoje é a mais baixa já registrada”, disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim. “Mas se formos acabar com a pobreza até 2030, precisamos de muito mais investimento, particularmente na formação de capital humano, para ajudar a promover o crescimento inclusivo que será necessário para chegar aos pobres restantes”.

Erradicar a pobreza extrema até 2030 é uma meta central dos 17 objetivos globais de desenvolvimento acordados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015.

Mas pelo menos 10% dos habitantes da África subsaariana continuarão na pobreza extrema até 2030 “em todos, menos o mais otimista, dos cenários”, divulgou o banco.

Meta da ONU – O mundo não está oferecendo ajuda suficiente – muitos países não cumprem a meta da ONU de gastar 0,7% do Produto Interno Bruto com auxílio – ou direcionando-a aos mais necessitados, disse o centro de estudos Instituto de Desenvolvimento Estrangeiro (ODI), sediado em Londres, na semana passada.

“Países de renda média recebem 10 vezes a quantidade de ajuda dos países de renda baixa, e está claro que essa não é uma maneira sensata de dar ajuda”, afirmou o autor do documento, Marcus Manuel, à Thomson Reuters Foundation. “Precisamos inverter isso”.

Selim Jahan, diretor do Escritório de Acompanhamento do Desenvolvimento Humano da ONU – que produz um relatório anual de indicadores essenciais como saúde, educação e renda – discordou da análise do ODI, mas concordou a respeito da necessidade de mais fundos e ações. “Houve um progresso considerável na redução da pobreza extrema”, disse. (Reuters)

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