Polo de Nova Serrana prevê forte retomada neste ano

16 de outubro de 2020 às 0h17

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Empresas do polo de calçados demitiram cerca de 5 mil pessoas por conta da pandemia | Crédito: Divulgação

No último mês de setembro, o polo de calçados de Nova Serrana, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, abriu quase mil postos de trabalho. Em agosto, o saldo de empregos também foi positivo. Até o fim do ano, as expectativas são de recuperar até 80% do que foi 2019.

Quem afirma é o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Lacerda. Apesar do grande impacto da pandemia da Covid-19, pouco a pouco, a região, que abarca 830 empresas, está se recuperando dos efeitos da crise.

Em menos de 12 meses, a situação do local passou por mudanças significativas. Dos 6% de crescimento esperados no início do ano, o polo, quando a pandemia se instaurou no País, se viu obrigado a demitir cerca de 5 mil pessoas entre os meses de março e abril. A produção apresentou queda de 80%. Foram cerca de quatro meses de faturamento muito baixo. Produtos não eram entregues nas lojas, uma vez que grande parte permanecia fechada.

O que contribuiu para a melhora desse cenário, segundo Lacerda, foi a flexibilização das medidas de isolamento social, tomadas para ajudar a combater o contágio da Covid-19.

Além disso, o auxílio emergencial, ação do governo federal destinada a pessoas de baixa ou nenhuma renda, também tem ajudado a fomentar o consumo – ainda mais no caso do polo, cujo público-alvo são as classes C e D. Apoio financeiro do governo às empresas também contribuiu para que elas tomassem fôlego.

Desafios e mudanças – No entanto, apesar de um quadro mais promissor ter se instaurado na região, os empreendimentos do polo de calçados de Nova Serrana também têm vivido desafios, que se relacionam de alguma forma à pandemia e ao que ela causou no País e no Estado ao longo do tempo. Lacerda destaca, por exemplo, que atualmente há falta de matéria-prima e, consequentemente, aumento dos preços. Os empresários têm se visto obrigados a repassar a alta, o que impacta o consumo.

Para contornar os desafios, os negócios têm buscado alternativas. O comércio on-line, por exemplo, passou a receber um foco muito maior, assim como a venda direta para os consumidores. Além disso, a própria distribuição dos produtos passou por transformações.

“As fábricas passaram a distribuir mais as vendas no interior do Estado”, salienta Lacerda. Isso porque a capital mineira, uma das maiores compradoras do polo junto à Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi mais impactada pela Covid-19 e pelas medidas de distanciamento social.

Porém, não foram somente as empresas que passaram por mudanças. O próprio consumidor também. O fato de as pessoas estarem mais em casa, inclusive tendo em vista a expansão do home office, fez com que elas priorizassem ainda mais produtos confortáveis, como chinelos, calçados femininos mais abertos e sapatos de solados mais macios.

“A gente percebeu que as empresas, com tudo isso, passaram a trabalhar visando produtos com materiais que oferecem maior conforto. A tendência, agora, são produtos que causam bem-estar”, salienta Lacerda.

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