Produção nacional de aço bruto tem queda de 7% no primeiro trimestre

25 de abril de 2020 às 0h19

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As siderúrgicas mineiras responderam por 30,3% do volume produzido no Brasil | Crédito: Divulgação

A produção de aço bruto no Brasil caiu 7% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, passando de 8,624 milhões de toneladas para 8,018 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Aço Brasil (Aço Brasil).

Minas Gerais respondeu por 30,3% dessa produção, de janeiro a março (2,428 milhões). Em meio à crise provocada pela pandemia de coronavírus, o setor espera recuo histórico a partir deste mês.

O recuo verificado na produção de laminados foi de 2,6% na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 com igual período do ano passado, saindo de 5,813 milhões de toneladas para 5,661 milhões de toneladas.

A diminuição da produção dos semiacabados para vendas, por sua vez, foi de 9,5% na mesma base de comparação, passando de 2,272 milhões de toneladas para 2,057 milhões de toneladas. Minas Gerais respondeu por 29,1% da produção dos laminados e semiacabados para vendas (2,246 milhões de toneladas).

Apesar da diminuição nos números, o setor ainda não chegou ao seu pior momento, de acordo com projeções de profissionais da área. O presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, ressalta que houve queda em março por causa das medidas de isolamento social adotadas para combater o novo coronavírus (Covid-19). Contudo, diz ele, os maiores reflexos deverão vir em abril e maio. “O segundo trimestre deverá ser muito ruim”, avalia.

Os dados do Aço Brasil também mostram que as vendas para o mercado interno no primeiro trimestre deste ano chegaram a 4,543 milhões de toneladas, o que representa queda de 0,7% em relação a igual período de 2019 (4,576 milhões de toneladas).

Já o consumo aparente reduziu 0,6% na mesma base de comparação, de 5,096 milhões de toneladas para 5,064 milhões de toneladas. As exportações no primeiro trimestre (3,248 milhões de toneladas) caíram 1,3% em relação a igual período de 2019 (3,292 milhões de toneladas). O recuo nas importações, por sua vez, foi de 15,4% (passando de 613 mil toneladas para 519 mil toneladas).

Março – Quando se avalia apenas março, mês em que as medidas de isolamento social foram adotadas no País, a produção de aço bruto no Brasil apresentou queda de 8,2% na comparação com igual período de 2019, reduzindo de 2,869 milhões de toneladas para 2,635 milhões de toneladas.

A queda na produção de laminados, por sua vez, foi de 10,7%, passando de 2,051 milhões de toneladas para 1,832 milhões de toneladas. O recuo nos semiacabados para vendas foi de 10%, saindo de 832 mil toneladas para 749 mil toneladas.

As vendas para o mercado interno reduziram 10,7%, passando de 1,648 milhões de toneladas para 1,471 milhões de toneladas. A queda no consumo aparente foi de 11,1% na mesma base de comparação (de 1,815 milhões de toneladas para 1,614 milhões de toneladas).

Já as exportações subiram 71,4%, saindo de 811 mil toneladas para 1,391 milhões de toneladas. As importações caíram 39,1%, de 233 mil toneladas para 142 mil toneladas.
Segundo Carlos Loureiro, o cenário, hoje, é de “desastre”. “Significa que estamos andando para trás. É algo impossível de imaginar que aconteceria dessa forma há poucos meses”, avalia.

Queda histórica – Em nota, o presidente do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirma que “A indústria do aço enfrenta no momento uma profunda e severa crise de demanda, com a expectativa de queda de 50% nas vendas internas de aço este mês. Caso essa expectativa se confirme, o setor – que hoje opera com apenas 41% da capacidade instalada – pode ter as vendas de abril nos menores níveis desde 1995, recorde histórico”.

De acordo com ele, a indústria de transformação está em uma situação semelhante, “fruto das necessárias medidas de isolamento social tomadas para enfrentamento da Covid-19. A manutenção, entretanto, dessa situação pode levar a paralisação de fabricas e ao consequente aumento do desemprego. Sem descuidar da saúde e segurança da população, entendemos ser necessário o retorno gradual das atividades da economia para evitar crise social. A manutenção dos empregos no País precisa ser prioridade de todos”.

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