O setor de serviços em Minas Gerais apresentou queda de 11% em abril em relação a março, na série com ajuste sazonal. O dado foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revela como a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) impactou o segmento.
Quando se compara o mês de abril deste ano com o mesmo período de 2019, a retração do setor foi de 15,7%. Também houve recuo no acumulado do ano, de janeiro a abril, na comparação com os mesmos meses do ano passado. Neste caso, a queda dos serviços em Minas Gerais foi de 5,2%.
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A variação acumulada de 12 meses, em comparação ao período anterior, também traz números negativos para o setor em Minas Gerais, mostrando uma retração de 1,6%.
A supervisora de pesquisa econômica do IBGE, Claudia Pinelli, destaca que os resultados de abril refletem o aumento do isolamento social no período. As medidas para combater a doença, lembra, foram tomadas durante todo o mês, o que não ocorreu em março.
Apenas na segunda quinzena do terceiro mês de 2020, é que as ações se tornaram uma realidade no Estado e no País, o que trouxe números menos negativos para o período.
Atividades – Os dados do IBGE apontam ainda que todas as atividades investigadas apresentaram queda em abril frente a igual período de 2019. A maior baixa foi verificada em serviços prestados às famílias (-58,9%), que também recuaram 22,4% na variação acumulada do ano e 6,1% no acumulado de 12 meses.
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“As famílias se isolaram em casa, deixaram de ir a restaurantes, de investir no lazer fora da residência. Os gastos foram mais focados no essencial”, ressalta Claudia Pinelli.
Outra queda acentuada, conforme ressalta a supervisora de pesquisa econômica da entidade, foi verificada em transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. A retração foi de 23,7% em abril na comparação com o mesmo período do ano passado, de 9,8% na variação acumulada do ano e de 6,8% em 12 meses.
“O recuo foi verificado em todos os setores que envolvem o transporte, como a aviação e o público, por exemplo”, diz.
Mais uma atividade afetada foi a categoria outros serviços, com queda de 10,3% em abril frente a abril de 2019. Porém, o segmento apresentou crescimento na variação acumulada do ano (1,7%) e em 12 meses (9,7%).
Serviços de informação e comunicação, por sua vez, retraíram 5,2% em abril na comparação com igual período do ano passado, 3,5% no ano e 1,5% na variação acumulada de 12 meses.
Por fim, serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 2,6% em abril na comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, apresentaram incremento na variação acumulada do ano e em 12 meses, de 4,6% e 5,6%, respectivamente.
Recuperação – Claudia Pinelli afirma que a recuperação do setor de serviços será mais lenta do que a de outros segmentos da economia. Isso justamente porque ele depende da recuperação das outras atividades.
Portanto, para saber como ficará o setor, será preciso observar a retomada do comércio e da indústria, por exemplo. “Vamos ver como vão se envolver na contratação desses serviços e, inclusive, se haverá algum tipo de reorganização e redução de custos. Pode ser que isso tenha impacto na prestação de serviços”, ressalta.
No País, o volume de serviços em abril caiu 11,7% na comparação com o mês anterior, no maior recuo desde o início da série histórica em janeiro de 2011.