Siderúrgicas chinesas aceleram compra de minério de alta qualidade da Vale

22 de setembro de 2018 às 0h01

Dalian – Siderúrgicas chinesas e comerciantes estão correndo para assegurar contratos de longo prazo para minério de ferro de alta qualidade antes de cortes de produção no inverno, o que tem beneficiado a principal fornecedora do produto, a gigante brasileira da mineração Vale.

A China, maior consumidora global de minério de ferro, utilizado na produção de aço, precisa do produto de maior qualidade, menos poluente, para seguir uma luta contra a poluição em suas cidades. Essa demanda evidencia como a prolongada guerra à poluição da China está mexendo com os mercados globais de minério de ferro.

A corrida por contratos de minério de ferro de alta qualidade está ganhando ritmo conforme a China busca estabelecer limites de produção em unidades ao norte do país pelo segundo inverno consecutivo. A cidade de Tangshan, maior produtora de aço, está buscando cortar até 70% da produção das usinas com base nas emissões de carbono de cada unidade.

O Hebei Jingye Group, uma usina de aço de médio porte em Hebei, está em busca de um contrato com a Vale para fornecimento de minério de ferro de alto teor em 2019, disse um representante da companhia. Ela já fechou em 2018 um contrato para 1,5 milhão de toneladas por finos de minério de ferro da Vale conhecidos como Brazilian Blend, ou BRBF, com 63% de ferro.

“Nós já nos arrependemos de não ter comprado mais BRBF. Mesmo que nós não utilizemos tudo, ainda podemos vendê-lo no mercado spot e fazer muito dinheiro, uma vez que os preços subiram muito”, disse Jia Zhanhui, que compra matérias-primas para o grupo Jingye.

A Vale, maior mineradora de minério de ferro do mundo, disse que está ficando sem oferta imediata de alguns de seus produtos de maior teor devido à forte demanda da China. “As empresas chinesas estão buscando contratos de mais longo prazo conosco devido à qualidade”, disse o diretor-executivo de ferrosos e carvão da Vale, Peter Poppinga, nos bastidores de uma conferência do setor na China.

“Nós já vendemos tudo de Carajás”, disse Poppinga, referindo-se a um dos projetos de minério de ferro de alta qualidade da companhia, no Pará, com cerca de 65% de ferro. “Nós vamos alocar Carajás de acordo com contratos de longo prazo e com algumas oportunidades no mercado spot”, adicionou.

A Vale superou a fabricante de bebidas Ambev e se tornou a empresa mais valiosa da bolsa de valores paulista B3, nesta semana.

Quatro gigantes – A Vale, que faz parte do grupo das quatro maiores mineradoras globais, deve ser a que mais vai se beneficiar da crescente mudança da China rumo a matérias-primas menos poluentes, devido a seus produtos de maior teor. A companhia disse na quinta-feira que está buscando expandir seu emblemático projeto de minério de ferro S11D, no Pará, para atender à demanda chinesa. (Reuters)

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