Taxa de desocupação em Minas Gerais atinge 12,3%

24 de setembro de 2020 às 0h20

img
A taxa de desocupação equivale a um contingente de 1,26 milhão de pessoas no Estado, diz o IBGE | Crédito: REUTERS/Amanda Perobelli

Embora a taxa de desocupação esteja acendendo desde maio em Minas Gerais, chegando ao patamar mais elevado no mês passado, com 12,3% da população ativa do Estado, o equivalente a 1,26 milhão de pessoas, o ritmo de crescimento está desacelerando. É o que indicou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o analista do IBGE Minas, Alexandre de Lima Veloso, estatisticamente, pode-se dizer que houve estabilidade de julho para agosto. Para se ter uma ideia, a taxa era de 10,4% em maio, passou para 11,8% em junho, aumentou para 12,2% em julho e para 12,3% em agosto.

“Tivemos um crescimento maior da taxa de desocupação no início da pandemia e agora, apesar da ligeira elevação, observa-se certa estabilidade no nível. Este aumento ocorre por dois motivos: pela perda real de postos de trabalho, em função da crise econômica imposta pelo vírus, e por haver mais pessoas à procura de uma vaga no mercado de trabalho”, explicou.

E mesmo sendo a taxa de agosto, a mais elevada dos últimos meses para o Estado, Minas apresentou o menor índice entre as unidades federativas da região Sudeste. O estado com maior taxa na região foi o Rio de Janeiro (15,0%), seguido por São Paulo (14,5%) e pelo Espírito Santo (12,6%).

Ainda segundo Veloso, o movimento já era esperado, principalmente, devido à flexibilização das medidas de isolamento social. Isso porque, segundo ele, no início da pandemia, havia mais pressão no mercado de trabalho, e as pessoas, mesmo desempregadas e sem sair de casa, não estavam procurando emprego. “Agora, elas já voltaram a buscar recolocação”, citou.

A principal diferença, conforme o especialista, vem ocorrendo quanto ao mercado informal. Segundo ele, tradicionalmente, parte dos desocupados é absorvida pela informalidade, o que não foi observado durante a pandemia. “Não aconteceu, justamente, porque os trabalhos informais (ambulantes, empregados domésticos, por exemplo), também foram afetados”, justificou.

Isolamento – A Pnad Covid-19 revelou queda no número de pessoas que declararam estar rigorosamente isoladas em Minas Gerais entre julho e agosto. Em julho, mais de 4,5 milhões de mineiros (21,2%) estavam no grau máximo de isolamento. Já no mês passado, este número caiu para 4 milhões (18,8%), o que representou uma queda de 2,4 pontos percentuais.

Também aumentou o número de pessoas que declararam que em agosto reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa ou recebendo visitas. Enquanto no sétimo mês de 2020, este grupo representava 35,8% dos mineiros, o percentual chegou a 37,6% em agosto, ou seja, mais de 8 milhões de pessoas.

Houve também uma discreta diminuição do número de pessoas que declarou não ter feito nenhuma restrição devido à pandemia. Eram 406 mil pessoas em julho e 384 mil em agosto, queda de 0,1 ponto percentual.

Maria Lucia Vieira aponta aumento número de testes de Covid-19 | Crédito: Divulgação

Total de desocupados no País cresceu 27,6%

Rio – A população desocupada no Brasil, que era de 10,1 milhões em maio, passou para 12,3 milhões em julho, e, em agosto, atingiu 12,9 milhões de pessoas, um aumento de 27,6% desde maio. A taxa de desocupação aumentou em 0,5 ponto percentual de julho para agosto, passando de 13,1% para 13,6%.

Os dados constam da edição mensal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid-19), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em agosto, a Pnad Covid-19 estimou a população ocupada do país em 84,4 milhões de pessoas, com aumento de 0,8% em relação a julho, mas ainda acumulando redução de 2,7% em relação a maio.

A região Sul foi a única a apresentar queda da população desocupada (2,3%). As regiões Nordeste, com 14,3%, e Norte, com 10,3%, apresentaram as maiores variações.

A taxa de desocupação entre as mulheres foi de 16,2%, maior que a dos homens, com 11,7%, sendo que a diferença também foi verificada em todas as grandes regiões. Por cor ou raça, no Brasil e em todas as grandes regiões, a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda (15,4%) do que para brancos (11,5%).

Por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas de desocupação maiores, de 23,3% para aqueles de 14 a 29 anos de idade. Por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas, 6,8%.

Auxílio emergencial – Em agosto, o percentual de domicílios onde pelo menos um dos moradores recebeu algum auxílio para combater os efeitos da pandemia foi de 43,9% no país, sendo que as maiores proporções estavam no Norte (61%) e no Nordeste (59,1%). O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 901 por domicílio.

Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do governo federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

O Amapá, com 71,4%, foi o estado com maior proporção de domicílios onde um dos moradores é beneficiário de programa de auxílio emergencial, seguido de Maranhão, com 65,5%, e Pará, 64,5%.

“Esse índice ficou estável em praticamente todos os estados. O total de domicílios que receberam auxílio teve um aumento grande de maio para junho e, de junho para julho, praticamente não cresceu, ficando estável em agosto”, disse, em nota, a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Testes – Até agosto, 17,9 milhões de pessoas, 8,5% da população, haviam feito o teste de diagnóstico para saber se estavam infectadas pelo novo coronavírus (Covid-19) no Brasil. Destas, 21,6%, o equivalente a 3,9 milhões de pessoas, testaram positivo.

Segundo a coordenadora da pesquisa, uma maior disponibilidade de testes e, consequentemente, um maior acesso a eles por parte da população podem justificar o aumento no número de pessoas que estão fazendo o exame. “Como a pandemia não acabou, é natural que aumente esse número, inclusive entre as pessoas que não tiveram sintomas, mas que tiveram contato com alguém que teve Covid-19 e fizeram o teste para se certificar”, explicou. (ABr)

 

Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail