Tiberina investirá R$ 137 mi no Estado
20 de novembro de 2020 às 0h14
Apesar da queda histórica nas vendas de veículos em 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19, montadoras e fornecedores já se preparam para o reaquecimento dos negócios no pós-crise. É o caso da fabricante de autopeças italiana Tiberina, que tem diversas plantas pelo mundo, com uma de suas duas unidades brasileiras instalada em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
A empresa mantém o plano de expansão iniciado no final de 2019, e que se estenderá até 2023, com estimativa de R$ 137 milhões em novos investimentos. Para o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando Passalio, esse investimento vai ser muito importante para o local, além dos 130 empregos de qualidade que serão gerados.
“Essa expansão que a empresa Tiberina está promovendo aqui em Minas Gerais, especificamente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mostra a solidificação da presença dela aqui no estado e a confiança que os empresários têm em nosso governo”, afirma.
Até o momento, já foram aplicados R$ 65 milhões na ampliação das instalações e na aquisição de máquinas e equipamentos para possibilitar o fornecimento de peças para diversos novos projetos, principalmente focados nas unidades da Fiat de Minas e de Pernambuco. Entre eles, apenas a nova Fiat Strada chegou a demandar da Tiberina trabalho em três turnos, ou seja, 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana. Com o crescimento, serão criados mais 90 postos de trabalho. Atualmente, a empresa gera 400 empregos diretos.
Mercado – De acordo com o COO da Tiberina, Gianluca Barban, a empresa fornece 100% dos conjuntos soldados de chassis, longarinas e suspensões para a produção dos veículos Jeep e 91% desses itens para a produção da Fiat. Também está envolvida nos planos para a futura produção de dois SUVs (veículo utilitário esportivo) que sairão da fábrica com a marca Fiat.
“Naturalmente que todos os mercados foram impactados neste ano. Mas nós estamos muito ligados às estratégias da Fiat, visando os mercados pós-pandemia, ou seja, a longo prazo. E o Brasil têm oportunidades gigantes no mercado que atuamos, principalmente devido à presença de todos os grandes players do setor automotivo que já são nossos clientes em outros países. Nós acreditamos e estamos atentos a todas essas oportunidades”, disse Barban.
Ele ainda destacou o papel da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), assegurando a agilidade e a viabilidade dos investimentos. “A agência teve um papel fundamental para implementarmos as medidas de expansão. Principalmente por agilizar os trâmites burocráticos, que muitas vezes travam nossas ações. O Indi nos abriu as portas para que conseguíssemos realizar nosso trabalho. Foi e continua sendo um apoio muito precioso”, afirmou.
Apoio – O Indi vem acompanhando o processo de expansão da Tiberina desde o início. A analista de promoção de investimentos da Agência, Josiane Faleiro, lembra que o desafio foi grande, principalmente em função dos prazos que a empresa tinha para cumprir seus compromissos de atendimento às demandas da Fiat.
“Atuamos, em especial, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) no sentido de orientar quanto aos procedimentos para obtenção de licenciamento, que era a principal demanda para expansão da unidade. Felizmente conseguimos fazer com que os prazos fossem atendidos”, exemplificou.
Josiane Faleiro reforçou ainda a importância da iniciativa para o desenvolvimento da região. “Inquestionavelmente é um investimento muito relevante, que irá auxiliar o município, não só em relação à arrecadação e à geração de empregos, mas também para fortalecer toda a cadeia automotiva do estado”, observou.
A Tiberina nasceu na década de 1960, na Úmbria, região da Itália, por iniciativa de três famílias. Hoje realiza a moldagem a frio e a quente de estruturas em chapas de metal para a indústria automotiva e a soldagem de componentes moldados. Além da Fiat/FCA, principal cliente, também atende a Iveco, Mercedes-Benz, BMW, Maserati, Volkswagen e GM. Atualmente, está presente em sete países, incluindo Europa, América Latina e Estados Unidos.
Em 2019, a companhia atingiu um volume de negócios de 980 milhões de euros, com um total de mais de 3 mil funcionários, 19 fábricas, além de duas fábricas parceiras, três centros técnicos, um centro de protótipos e o Tiberina Solution Center. Na América Latina, a empresa mantém uma fábrica em Córdoba, na Argentina, e duas no Brasil: em Juatuba e em Pernambuco.