Total se associa à Petrobras por geração renovável

21 de julho de 2018 às 0h00

A petroleira Total está empolgada com o potencial do Brasil para investimentos em energia limpa, principalmente após uma parceria com a Petrobras, o que pode tornar o País um dos alvos preferenciais de seu braço de geração renovável Total Eren. A companhia, inclusive, avalia novas aquisições no Brasil após a compra recente de projetos solares, revelou o chefe da Total Eren no País, Pierre Emmanuel Moussafir. Em meio a um crescente interesse das gigantes de petróleo e gás por tecnologias de energia renovável, a Total e a estatal Petrobras anunciaram no início do mês um memorando de entendimento pelo qual avaliarão em conjunto oportunidades de negócio em geração eólica onshore e energia solar no País. “O Brasil representa um País muito estratégico para nós, especialmente no contexto da parceria que estamos criando junto à Petrobras e nossa acionista estratégica, a Total”, disse Moussafir. A empresa possui cerca de 1 gigawatt em empreendimentos de geração renovável em construção e operação ao redor do mundo, dos quais 140 megawatts são projetos solares já concluídos ou com obras em andamento no Brasil. Segundo Moussafir, a Total Eren não trabalha com metas regionais, mas tem um objetivo de alcançar 3 gigawatts em capacidade global até 2022. “No Brasil, em particular, nossas ambições são elevadas: há um mercado de eletricidade bem estável e maduro, assim como a possibilidade de se alcançar um volume maior”, afirmou o executivo, em respostas por e-mail. “Nossa principal força é ter agilidade e flexibilidade suficientes para nos movermos rapidamente quando vemos que uma região pode se beneficiar do desenvolvimento de sua capacidade em renováveis”, adicionou. No Brasil, a companhia trabalha no momento na construção de um projeto fotovoltaico de 25 megawatts na Bahia e três usinas em um total de 90 megawatts em São Paulo. Quando concluídos, os empreendimentos vão se somar a uma usina de 25 megawatts já em operação, também na Bahia. Todos os empreendimentos foram adquiridos pela Total Eren junto a desenvolvedores que já haviam conseguido contratos de longo prazo para a venda da produção após leilões realizados pelo governo federal para novos projetos de geração. Estratégia – “No Brasil, nossa estratégia é dupla: nós estamos trabalhando para executar adequadamente e no prazo nosso portfólio atual. Em paralelo, estamos considerando novas aquisições, incluindo para apoiar desenvolvedores em sua participação nos futuros leilões”, afirmou Moussafir. Ele não deu detalhes, mas disse que o interesse da empresa é em projetos de energia eólica e solar. Pelas regras da parceria fechada junto à Petrobras, a estatal brasileira terá direito de preferência para se associar à Total Eren em eventuais novos negócios com usinas eólicas ou solares no País. Segundo Moussafir, o fato de os primeiros negócios da Total Eren no Brasil terem focado a energia solar foi apenas uma coincidência, uma vez que o segmento começava a crescer no País justamente no momento da estreia local da empresa. (Reuters) TOTAL SE ASSOCIA À PETROBRAS POR GERAÇÃO RENOVÁVEL São Paulo – Além do Brasil, a Total Eren tem desenvolvido projetos em outros países da América do Sul, com destaque para a Argentina, onde o portfólio soma 150 megawatts em empreendimentos eólicos e 30 megawatts solares. A empresa de energia renovável passou a ter a Total como acionista estratégico no fim de 2017, quando a petroleira francesa adquiriu uma participação indireta de 23% no negócio. As projeções da Total Eren são de que seu próximo projeto solar na Bahia comece a operar em novembro de 2018, enquanto as usinas em implementação em São Paulo deverão iniciar a produção em junho do ano que vem. Com a concentração de esforços no desenvolvimento desses projetos, a empresa provavelmente não vai participar da próxima licitação do governo brasileiro para viabilizar novas usinas de geração, agendada para 31 de agosto, segundo Moussafir. Ele adicionou, no entanto, que a participação ou não ainda está em estudo dentro do grupo. Financiamento – Enquanto isso, a companhia tem buscado estruturar o financiamento dos empreendimentos atualmente em construção no País. A usina BJL 4, na Bahia, deverá buscar um empréstimo junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), além de recursos junto a bancos comerciais, que ainda não foram selecionados. As usinas em São Paulo, por sua vez, deverão ser financiadas junto a bancos locais e internacionais. A empresa provavelmente não negociará empréstimos do BNB nem do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o empreendimento, uma vez que ele foi projetado para utilizar módulos importados. No primeiro projeto no País, a usina BJL 11, também na Bahia, a Total Eren financiou as obras por meio de um empréstimo do BNB, além de crédito adicional junto ao Itaú BBA e ao BNP Paribas.

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