Uso de máscaras será obrigatório em BH

15 de abril de 2020 às 0h20

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Não vamos fazer de Belo Horizonte um pandemônio, porque estamos a dias da vacina e do fim dessa tragédia, disse Kalil | Crédito: Amira Hissa/PBH

“Eu prefiro 10 mil desempregados do que 50 mil mortos”. Assim, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou a publicação de um novo decreto na próxima sexta-feira (17), apertando ainda mais o cerco nas medidas restritivas e de distanciamento social na capital mineira, em vistas de evitar uma disseminação maior do novo coronavírus (Covid-19).

Ainda em elaboração pelo Comitê de Enfrentamento à Pandemia do Covid-19, o principal ponto do novo texto será a obrigatoriedade do uso de máscaras pela a população no acesso a espaços públicos e possivelmente nos estabelecimentos comerciais em funcionamento na cidade, como supermercados, hipermercados, padarias, farmácias, sacolões, entre outros.

Em entrevista coletiva realizada ontem, Kalil informou que as máscaras darão segurança igual a toda Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), fazendo alusão ao que já foi determinado em cidades vizinhas como Nova Lima, Santa Luzia e Pedro Leopoldo, para o período de distanciamento social para combate ao coronavírus.

Para isso, a PBH vai distribuir 1,5 milhão de máscaras para a população mais necessitada. “Faremos a entrega para os miseráveis, os invisíveis. Não somos obrigados a entregar para toda a população. O restante pode fazer as caseiras”, explicou.

De maneira complementar, o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Informação, André Reis, disse que o comitê avalia como será a orientação e a fiscalização da utilização do equipamento de segurança na cidade também em estabelecimentos de atividades essenciais que seguem em funcionamento na capital mineira. Este é o caso de hospitais, supermercados, hipermercados, padarias, farmácias, sacolões, mercearias, hortifrútis, armazéns, açougues e postos de combustível.

Conforme a última publicação do Executivo municipal quanto às regras de funcionamento dos estabelecimentos de comércio e serviços na cidade, na semana passada, a Guarda Municipal está autorizada a recolher o Alvará de Localização e Funcionamento (ALF) dos estabelecimentos que insistirem em abrir as portas. Questionado sobre quaisquer mudanças nestes pontos, Reis afirmou que “sobre os alvarás, em princípio, não muda nada”.

Também durante a entrevista, o prefeito voltou a dizer que o isolamento social na capital mineira não tem data para terminar e que vai decretar medidas mais duras, porém, estudadas e planejadas, justamente, para evitar que a doença se espalhe ainda mais. Ele reafirmou que vai continuar seguindo os protocolos internacionais, que não vai ceder à pressão e que só vai reabrir o comércio quando os especialistas do comitê garantirem um ambiente seguro.

“Optamos pela ciência, pela tecnologia matemática, e não vai adiantar pressão de nenhuma instituição, federação ou confederação. Nada vai desviar o propósito de Belo Horizonte de não virar Milão”, disse em referência ao estímulo da prefeitura da cidade ao Norte da Itália para que os moradores continuassem as atividades econômicas e sociais, mesmo com a pandemia e depois apurou recordes de mortes.

Também na coletiva, o secretário municipal de Fazenda, Fuad Noman, informou que a Pasta segue analisando maneiras de diminuir as despesas em cerca de 10%, o que chegará próximo a R$ 1 bilhão – mesmo valor que deverá ser reduzido nas receitas. Ele também voltou a falar que haverá contingenciamento orçamentário com medidas restritivas de gastos em diversas áreas, exceto a saúde e a assistência social.

“Sem comércio, ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) cai. Se não tem venda de imóveis, o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) também cai. Por isso, precisamos nos reorganizar. De toda forma, nos números de hoje, não teremos problemas para pagar os salários do funcionalismo público”, assegurou.

Leitos – A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que a cidade terá mais 1.518 leitos de enfermaria e 688 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto para atendimento aos casos suspeitos do novo coronavírus (Covid-19) nos próximos 30 dias.

Deste total, já foram disponibilizados 465 leitos (309 de enfermaria e 156 de UTI adulto) na estrutura hospitalar existente, distribuídos em 15 hospitais da Capital. Agora estão sendo disponibilizados outros 595 leitos de enfermaria e 249 leitos de UTI adulto nos hospitais da rede.

Atualmente, Belo Horizonte conta com 10.546 leitos hospitalares, sendo 6.052 (57%) leitos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). São 3.218 leitos clínicos de enfermaria, sendo 1.945 na rede SUS e 1.273 na rede particular. Em relação aos leitos de UTI adulto, são 1.070 no total, sendo 600 na rede SUS e 470 na rede particular.

Para crianças e adolescentes, já foram disponibilizados 56 leitos de enfermaria obstétrica e 39 leitos de enfermaria pediátrica para atendimento aos casos de Covid-19. Serão abertos, ainda, 15 leitos de cada uma dessas clínicas na Capital, somando 71 leitos de obstetrícia e 54 leitos de pediatria exclusivos na rede SUS BH.

Além disso, foram já disponibilizados 12 leitos de UTI neonatal e 20 leitos de UTI pediátrica, para atendimento de eventuais casos graves nesse perfil de pacientes na rede pública de saúde.

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