Brasileiros estão pessimistas com a economia

31 de março de 2021 às 0h15

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Crédito: Sergio Moraes/Reuters

Com um ano de isolamento social e a recente piora dos casos de Covid-19, o brasileiro adiou para 2022 seu horizonte de recuperação para a atividade econômica do País e a própria. A maioria da população (54%) acredita que só no próximo ano a condição financeira familiar irá melhorar, bem como, para 75% dos respondentes, a economia brasileira terá melhoras apenas em 2022. Por outro lado, alimenta desejos de consumo para quando a situação normalizar: 25% querem viajar, outros 23% desejam comprar um imóvel e 21% pretendem reformar a casa.

Os dados constam da primeira edição do levantamento Radar Federação Nacional dos Bancos (Febraban), pesquisa Febraban News – Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), que irá avaliar trimestralmente a evolução da expectativa dos brasileiros sobre os temas: situação da economia e consumo, bancos, pix, proteção de dados e meios de informação.

“Durante a pandemia, o papel do setor financeiro transcendeu, em muito, nossas atividades. Além de R$ 3,5 trilhões que foram concedidos para o crédito, participamos de movimentos solidários que permitiram a milhões de pessoas enfrentarem melhor este momento. Estamos falando mais com a sociedade porque para melhor atendê-la é preciso ouvi-la cada vez mais”, comenta o diretor de Comunicação da Federação, João Borges.

A primeira edição da pesquisa ouviu 3 mil pessoas de todas as regiões do País na primeira semana de março e indica que no horizonte dos próximos seis meses, o acesso ao crédito é o aspecto econômico que desfruta de melhor previsão. Por outro lado, confirmando as notícias sobre aumento do desemprego e da inflação, esses são os itens, juntamente com taxa de juros, sobre os quais os entrevistados, de todos os estratos demográficos, vislumbram a maior piora nos próximos meses.

“Grande parte das famílias tem ou teve que conviver por um longo período com perdas financeiras, esvaziamento das reservas, redução salarial, desemprego. Diante de tantas dificuldades enfrentadas, não é de se estranhar o pessimismo quanto à recuperação financeira das pessoas e do país”, diz o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, responsável pela pesquisa.

Recuperação – A piora na crise da saúde desviou para o próximo ano a expectativa de melhora da situação econômica pessoal e do País. Cerca da metade (54%) acredita que a condição financeira familiar só deverá melhorar a partir do ano que vem, quase um quarto (23%) está mais otimista e acredita ser possível uma melhora ainda esse ano. Em relação ao Brasil, a percepção é ainda pior: 75% não acreditam em recuperação econômica ainda esse ano.

Sobre o cenário econômico, 80% preveem o aumento da inflação e do custo de vida, 76% acreditam que a taxa de juros vai aumentar, 70% acham que o desemprego vai crescer,  64% vislumbram a diminuição do poder de compra das pessoas e 35% apostam na diminuição do acesso ao crédito, enquanto 30% opinam sobre seu aumento.

Consumo Quando a situação financeira melhorar e as pessoas tiverem reserva para investir, a preferência é utilizar os recursos que sobrarem do orçamento sobretudo em investimentos bancários, realização de cursos e viagens. Entre os entrevistados, 31% querem investir na poupança, 27% aplicar em outros investimentos bancários. Parcela significativa dos entrevistados também quer fazer cursos e melhorar a educação sua e da família (25%), viajar (25%), comprar imóvel (23%) e reformar a casa (21%), fazer ou melhorar o plano de saúde (17%). Outros bens também estão na mira: 11% pretende comprar um carro, 10% comprar eletrodomésticos/eletrônicos.

Serviços bancários A confiança da população nos bancos em meio à crise e a percepção sobre sua contribuição nas diversas áreas é majoritariamente positiva. A confiança nos bancos (57%), nas empresas privadas (51%) e nas fintechs (49%) é elevada mesmo no cenário de recrudescimento da crise sanitária e econômica que afeta fortemente a vida da população. A maioria da população bancarizada se diz satisfeita com o atendimento prestado (69%) durante a pandemia.

Nos três primeiros meses de operação, destaca-se a aceitação do PIX, nova forma de pagamento digital. Em questão de múltiplas respostas, 43% fizeram transferência bancária por meio do PIX, 37% utilizaram para fazer pagamento, 32% para receber pagamento e 31% para receber transferência. Uma parcela de 38% afirma não ter usado o PIX. O nível de satisfação das pessoas que utilizam o PIX é muito elevado em todos os estratos demográficos, chegando a 58% que atribuem notas de 7 a 10 à ferramenta.

Quanto à proteção de dados, a insegurança predomina no ambiente da internet. Seis em cada dez entrevistados se sentem inseguros – 41% pouco seguros e 21% nada seguros – com relação à proteção de seus dados pessoais no ambiente digital. Diante da insegurança quanto à proteção dos dados, 56% dos entrevistados afirmam tomar cuidado e adotar medidas protetivas; enquanto 29% têm apenas “um pouco” de cuidado.

Por fim, televisão e redes sociais são as principais fontes de informação: (TV aberta 57% e fechada 25%) para a maioria dos entrevistados; as redes sociais comparecem com 52%, seguidas de blogs e sites (37%). Outros meios citados são: rádio (17%), jornal impresso (10%) e revista (5%). Das redes sociais (questão estimulada), a mais acessada é o WhatsApp (68%), seguida do Facebook (48%), Instagram (47%), Google (42%), Twitter (14%) e Linkedin (8%). (Com informações da Febraban)

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