Dívida pública federal avança e atinge R$ 5,2 trilhões

29 de abril de 2021 às 0h15

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Tesouro afirmou que o atual nível do seu colchão de liquidez é suficiente para fazer frente a mais de sete meses à frente de vencimentos | Crédito: REUTERS/Pilar Olivares

Brasília – A dívida pública federal do Brasil cresceu 0,85% em março sobre fevereiro, a R$ 5,242 trilhões, informou o Tesouro Nacional ontem.

No mês, a dívida pública mobiliária interna teve avanço de 0,74%, a R$ 4,987 trilhões, enquanto a dívida externa aumentou 3,04%, a R$ 255,5 bilhões.

Em relatório, o Tesouro informou que sua reserva de liquidez fechou o mês a R$ 1,119 trilhão, ante R$ 933,2 bilhões em fevereiro.

“O Tesouro realizou emissões, em março, acima da média dos últimos 12 meses, contribuindo para suprir a necessidade de financiamento do governo federal e para manter o caixa acima do limite prudencial”, informou em nota, ressaltando que o mês de março foi negativo, de forma ampla, diante da deterioração na percepção de risco de emergentes.

O Tesouro também pontuou que o atual nível do seu colchão de liquidez é suficiente para fazer frente a mais de sete meses à frente de vencimentos, destacando que os meses de abril e maio deste ano concentram vencimentos estimados em R$ 435 bilhões.

Em relação à composição, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, recuaram a 33,78% da dívida total em março, ante 34,82% no mês passado, deixando de ter o maior peso na dívida pública federal.

Já os títulos prefixados, que dão mais previsibilidade à gestão da dívida, avançaram a 34,67% da dívida, ante 34,36% em fevereiro, passando a ter maior peso na composição da dívida.

Os papéis indexados à inflação avançaram a 26,38% da dívida, ante 25,78% no mês passado.

Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna aumentou ligeiramente, a 9,54% em março, ante 9,43% em fevereiro.

Reserva de liquidez -O coordenador-geral de Operações da dívida pública, Luis Felipe Vital, disse ontem que a reserva de liquidez do Tesouro foi reforçada em março por recursos desvinculados de fundos públicos, no valor de R$ 140 bilhões, e pela devolução de R$ 32 bilhões em recursos do BNDES ao Tesouro.

O colchão do Tesouro atingiu R$ 1,119 trilhão em março, uma alta de R$ 186 bilhões sobre fevereiro. Uma emissão líquida de R$ 1,2 bilhão no mês também contribuiu para o colchão.

A desvinculação dos fundos foi viabilizada pela chamada PEC Emergencial, que autorizou o uso do estoque do chamado superávit financeiro dos fundos públicos do Executivo para o pagamento de dívida.

Vital lembrou que, em 1º de abril, houve vencimentos na ordem de R$ 330 bilhões em dívida, valores pagos com o colchão. “Esse é um indicador bastante volátil. De um dia para o outro, do dia 31 de março para 1º de abril, esse indicador variou cerca de R$ 330 bilhões, pois ele encontra uma torre grande de vencimentos”.

Ainda de acordo com Vital, as emissões de DPF no mês passado, que totalizaram R$ 164,8 bilhões, constituíram o maior volume para o mês de toda a série histórica, enquanto os resgates corresponderam a R$ 163,5 bilhões.

Também segundo ele, em termos de custo médio do estoque da DPF, houve queda no acumulado de 12 meses, a 7,64%, menor valor da série histórica. (Reuters)

Órgão vê melhora em condições do mercado financeiro

Brasília – Depois de instabilidades em março, as condições do mercado financeiro melhoraram em abril, avaliou ontem o Tesouro Nacional, em nota explicativa sobre a evolução da dívida pública no mês. Segundo o órgão, o pacote de injeção de dólares nos Estados Unidos e o fechamento do acordo sobre o Orçamento deste ano melhorou a percepção de riscos sobre os países emergentes e reduziu as taxas de juros de prazos mais longos.

“O mês de abril tem se mostrado mais positivo com melhora na percepção de risco de emergentes e queda nas taxas de juros com prazos mais longos. No cenário externo, estímulos fiscais e monetários, dados econômicos positivos e maior estabilidade nas Treasuries (títulos públicos norte-americanos) trouxeram apetite por risco. A curva de juros doméstica perdeu inclinação com a melhora do cenário externo e com a aprovação do orçamento”, destacou o relatório.

A maior prova do alívio no mercado, avaliou o Tesouro, está no risco país, que acumulava queda de 15,6% em abril até a segunda-feira (26). Indicador que mede a diferença entre os rendimentos dos títulos públicos brasileiros no exterior e os títulos do Tesouro norte-americano num intervalo de cinco anos, o risco país do Brasil passou de 225 pontos-base (diferença de 2,25% pontos percentuais ao ano de rendimento) em março para 190 pontos em abril (diferença de 1,9% ponto).

Apesar do recuo, o risco país do Brasil continua mais alto que o de outros países latino-americanos. O indicador está em 117 pontos-base para a Colômbia, 92 pontos para o México e 51 pontos para o Chile. Mesmo no Peru, onde o indicador acumula alta de 15% em abril, em meio a tensões sobre as eleições presidenciais, o risco país estava em 95 pontos na última segunda-feira.

Outro fator para a melhoria do mercado foi a redução dos juros de longo prazo. Segundo o Tesouro, a curva de juros futuros caiu em abril na comparação com março. Os juros futuros servem como medida de receio em relação à economia de um país, quanto maiores as taxas, maior a desconfiança.

Em março, destacou o Tesouro, o repique nos rendimentos dos títulos norte-americanos, o agravamento da pandemia da Covid-19 e as negociações em torno da recriação do auxílio emergencial em troca de medidas de ajuste fiscal comprometeram o mercado. A curva de juros subiu para todos os prazos. (ABr)

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