Depois do anúncio da busca por novos sócios para um investimento de R$ 130 milhões, há cerca de um mês, agora a fabricante de medicamentos Biomm, localizada na cidade de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), divulga os resultados do terceiro trimestre de 2020, com prejuízo líquido de R$ 12,3 milhões.
De acordo com a empresa, o resultado foi impactado pela desvalorização cambial. No ano, o prejuízo totalizou R$ 46,1 milhões, contra prejuízo de R$ 43,8 milhões do mesmo período de 2019.
PUBLICIDADE
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 7,3 milhões, contra Ebitda negativo de R$ 11,9 milhões em igual época de 2019.
Por outro lado, o balanço do trimestre trouxe a elevação de receita pelo quarto período consecutivo e taxas de crescimento exponenciais no acumulado do ano até setembro.
A receita líquida da companhia foi de R$ 18,7 milhões no período de julho a setembro contra R$ 615 mil na mesma época do ano passado – quando ainda se encontrava na fase pré-operacional.
Já nos primeiros nove meses de 2020, a companhia teve um incremento de 878% na receita líquida, com um acumulado de R$ 38,9 milhões ante R$ 3,9 milhões em iguais meses do ano passado.
PUBLICIDADE
O lucro bruto, por sua vez, passou de R$ 522 mil, no acumulado de janeiro a setembro de 2019, para R$ 11,6 milhões no mesmo intervalo deste ano.
Vendas de medicamentos – De acordo com o CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, o expressivo aumento se deve à chegada ao início das vendas de medicamentos, desde novembro de 2019, quando a empresa se tornou operacional. “Vale destacar que a companhia chegou ao quarto trimestre de operações comerciais e, neste período, o Herzuma obteve 14% de market share no País”, comentou, por meio de nota.
O Herzuma é um medicamento oncológico para o tratamento de câncer de mama. Conforme Marchezini, além dele, atualmente, o portfólio de medicamentos já comercializados inclui a insulina humana Wosulin e a insulina inalável Afrezza. Além disso, a empresa também oferece a insulina glargina, o Glargilin, já aprovado pela Anvisa e com perspectiva de comercialização para o próximo ano.
“Também temos em processo avançado de aprovação o Ghemaxan, indicado tanto para profilaxia quanto para o tratamento da trombose venosa profunda (TVP), assim como da angina instável”, completou. A aprovação do Ghemaxan deve ocorrer em um cenário fast track junto à Anvisa, por se tratar de um medicamento que vem sendo amplamente utilizado na terapêutica de pacientes diagnosticados com Covid-19.
Sobre a pandemia do novo coronavírus, a empresa comentou em seu balanço que o cenário impôs uma série de desafios nas economias mundial e brasileira. Mas que, apesar de todas as restrições e um ambiente econômico com patamares cambiais mais elevados, os primeiros nove meses do ano foram encerrados com um expressivo crescimento de faturamento e receita líquida quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
“Esse desempenho demonstra que a Biomm vem implementando com êxito sua estratégia de entrada no mercado brasileiro de biológicos. A companhia, desde o início da pandemia, manteve ativo comitê operacional de crise e adotou uma série de medidas que visam garantir, dentre outros, a segurança e saúde de seus colaboradores, bem como resguardar suas operações e proteger o caixa”, diz o documento.
Sobre a capitalização, a empresa detalhou que serão emitidas para subscrição de 8.009.858 de novas ações ordinárias, ao preço de emissão de R$ 16,23. E que “o aumento de capital tem como objetivo fortalecer a estrutura de capital da companhia, reforçando o seu caixa para fazer frente às necessidades de capital de giro, em decorrência do seu ramp up operacional” – ou seja, levantar recursos para o desenvolvimento de novos produtos.
Informações dão conta de que a indústria, que tem como acionistas Walfrido Mares Guia e Cláudio Lottenberg, já iniciou conversações com fundos de private equity. Dois grupos estão no páreo: XP Investimentos e EB Capital.