Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino

Negócios liderados por mulheres despontam em Minas Gerais

No Estado 46% dos microempreendedores individuais são mulheres, entretanto, desafios ainda precisam ser superados

19 de novembro de 2023

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Apesar dos desafios, empreendedoras se destacam em seus negócios. | Crédito: Adobe Stock

A cada ano, o empreendedorismo feminino vem conquistando seu espaço no Brasil, revelando talentos que prosperam em seus negócios. Segundo levantamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), atualmente o Brasil tem 9,3 milhões de microempreendedoras individuais, o que corresponde a apenas 34% do total de pessoas que estão à frente ou em processo de começar uma empresa. Em Minas Gerais, 46% dos microempreendedores individuais são mulheres.

Segundo recente levantamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), o Brasil conta com 9,3 milhões de microempreendedoras individuais. Apesar de expressivo, esse número representa apenas 34% do total de pessoas que estão em processo de iniciar uma empresa.

Os números, apesar de otimistas em algumas áreas, ainda necessitam de alguns avanços. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Panad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que o número de mulheres que estão à frente do próprio negócio neste ano caiu 3,8% quado comparado aos meses de junho a setembro do ano passado.

DNA feminino marca trajetória de negócios mineiros

Apesar do cenário desafiador, o empreendedorismo feminino segue se destacando em Minas Gerais, além de quebrar barreiras como gênero, segmento e faixa etária.

A OOP Café, liderada por Adriene Cobra, socio-proprietária do local, é uma cafeteria de cafés especiais localizada na Savassi, em Belo Horizonte. O negócio se tornou um dos precursores da terceira onda do café no País, a de valorização da bebida com registro de origem e reconhecimento do grão. “Acreditamos que todas as pessoas podem ter acesso a cafés de qualidade, produzidos com responsabilidade em toda a cadeia produtiva”, diz a fundadora.

Quem também colhe bons frutos do empreendedorismo é Angélica Messina. Após mais de 40 anos de trabalho em empresas, ela não pensa em parar após a aposentadoria e já adquiriu o próprio negócio, e encontrou uma oportunidade de renda extra, através de aluguéis.

Com a plataforma Airbnb, Angélica Messina aluga, desde novembro, um imóvel no bairro Cruzeiro, região Centro-Sul de BH para pessoas que buscam por trabalho, estudos, lazer e tratamentos de saúde. “O apartamento nunca ficou fechado sequer por 1 semana. Descobri que ter um negócio é muito mais do que oferecer um serviço, é preciso investir no relacionamento com as pessoas”, afirma.

Patricia Araújo, proprietária da Auto Conceito. Crédito: DIvulgação/BDMG

A Auto Conceito, mecânica e loja de peças automotivas também de Belo Horizonte, é destaque em seu segmento. Administrado por Patrícia Araújo, que anteriormente dividia a sociedade com o pai, o negócio obteve crescimento de 50% em vendas de janeiro a outubro deste ano. No entanto, ela conta que por empreender em um negócio majoritariamente masculino, ainda existem desafios a serem contornados.

“Eu, como mulher no mercado de veículos, percebi que preciso estar mais preparada, mais capacitada, porque somos constantemente desafiadas por clientes, fornecedores e até funcionários”.

Equidade ainda é desafio no País

Embora o Brasil tenha apresentado importantes avanços para a equidade de gênero no País, as mulheres enfrentam desafios para prosperarem no mercado. Segundo o Índice de Equidade Racial nas Empresas, publicado em 2023, apenas 1,6% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres negras.

Para Carine Roos, mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE e CEO da Newa, é necessário elaborar um censo interseccional incluindo gênero, raça e classe para uma maior compreensão do atual cenário. A partir destes dados, segundo ela, é que será possível criar processos mais assertivos e inclusivos para as mulheres.

A especialista ressalta a importância do envolvimento de líderes para uma transformação efetiva. “Sem uma alta liderança comprometida, não há mudança de cultura e de ambiente corporativo”, destaca.

Empresas e entidades buscam transformar cenário

O apoio de empresas e entidades ao empreendedorismo feminino segue como uma das mais importantes ferramentas de transformação. Seja por meio de processos internos ou pelo investimento em projetos sociais, as ações vêm gerando resultado e impactam o ambiente de trabalho.

A organização “Cruzando Histórias” conta com patrocínio da Ultragaz e realiza mentorias para a recolocação de mulheres no mercado de trabalho. O objetivo é ajudar mulheres em situação de desemprego através da educação, com uma trilha de aprendizado abordando diversos assuntos. Além disso, o projeto “Mulheres no Centro”, da mesma organização, conta com mentorias sobre currículo e LinkedIn, além de conteúdos à distância que aborda autoconhecimento e inteligência emocional.

Ja´o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) desembolsou nos primeiros dez meses de 2023, R$ 49,3 milhões em crédito para o empreendedorismo feminino em Minas Gerais. A quantia é 48% maior do que a registrada mesmo período do ano passado e que já supera todo o ano anterior. Entre os setores beneficiados, 87,5% dos financiamentos às empreendedoras foram para Comércio e Serviços.

Farmax apoia projeto destinado ao empreendedorismo feminino nas favelas. | Crédito: Divulgação/Farmax

Outra empresa que apoia projetos sociais para mulheres é a Farmax, uma das maiores fabricantes de cosméticos, produtos de higiene pessoal e suplementação alimentar do País. A marca se juntou ao ‘Boca Rosa Academy’, um curso gratuito para apoiar o empreendedorismo feminino nas favelas.

O projeto conta com encontros e acompanhamentos realizados com um grupo de 50 mulheres empreendedoras por cerca de 1 ano. Nesse período, são realizadas aulas e orientações em diversas áreas como gestão comercial, marketing digital e gestão financeira.

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