Economia

Vale vai paralisar as operações em Minas Gerais temporariamente

Vale vai paralisar as operações em Minas Gerais temporariamente
Crédito: Adriano Machado/Reuters

Brasília/Rio de Janeiro – A mineradora Vale aprovou investimentos de R$ 5 bilhões para acabar com as barragens a montante, o mesmo sistema utilizado na estrutura que se rompeu em Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25), em um desastre que matou pelo menos 84 pessoas até o momento e deixou centenas de desaparecidos.

Para acelerar o processo de descomissionamento de barragens, a companhia terá que parar a produção de minério de ferro nas áreas próximas, com impacto de 40 milhões de toneladas de minério de ferro e 11 milhões de toneladas de pelotas, ao ano, anunciou ontem o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman.

Os 40 milhões de toneladas de minério de ferro representam 10% da previsão de produção da Vale, maior produtora global da commodity, em 2019.

O anúncio foi feito após reunião no Ministério de Minas e Energia, onde o executivo apresentou os planos para encerrar com a insegurança no seu sistema de barragens em Minas Gerais. Ele observou que nove das 19 barragens a montante já foram descomissionadas.

Bloqueio – A Justiça de Minas Gerais indeferiu pedido da Vale e manteve bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora, feito após ação do Ministério Público estadual devido ao rompimento de barragem da companhia em Brumadinho.

A companhia havia alegado que o “bloqueio será prejudicial ao funcionamento da empresa e se mostra exorbitante aos fins almejados, oportunidade em que oferece duas plantas de beneficiamento de minério em garantia”.

“O futuro financeiro da Vale S/A é absolutamente incerto e os danos causados são imensuráveis, o que robustece a necessidade de se ter à disposição do juízo valores em espécie para a efetivação de medidas emergenciais visando à reparação dos danos causados”, disse a juíza Perla Saliba Brito, em sua decisão.

O desastre resultou em uma avalanche de lama que foi despejada em área administrativa e restaurante da própria Vale, na hora de almoço. Rios, vegetações e comunidades também foram atingidas.

Desde o rompimento da barragem de Brumadinho, a Vale já teve contra si a decretação de quatro bloqueios judiciais e a aplicação de outras duas sanções por órgãos administrativos no valor total de R$ 12,1 bilhões, segundo levantamento feito pela Reuters na segunda-feira. (Reuters)

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