Ministro quer adiar manutenção
Rio de Janeiro – O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, informou ontem que vai pedir à Petrobras que adie por “um ou dois meses” a manutenção programada para a plataforma de Mexilhão, a principal produtora de gás da Bacia de Campos. Segundo ele, será feito um apelo ao presidente da estatal, Ivan Monteiro, por causa do período de seca que o País enfrenta. A manutenção pode reduzir o fornecimento de gás e o consequente aumento do uso de usinas termelétricas movidas a óleo combustível. “Isso não é pelo fato de a Petrobras ser uma empresa pública. Se fosse uma empresa privada, pelo impacto que isso provoca, em função da situação hidrológica que estamos vivendo, eu creio que é um apelo em benefício da sociedade inteira. Ver se é possível, em vez de fazer agora, que é um momento crítico, em que há uma falta de chuvas em muitos lugares, que se faça isso [manutenção da plataforma] depois”. De acordo com o ministro, a ideia é que a manutenção seja feita quando retornar o período de chuvas e as melhores condições para a produção de energia hidroelétrica. “Eu não estou dizendo que [a Petrobras] está agindo de maneira ilegal. Eu vou fazer um apelo, ver se é possível tecnicamente fazer daqui a um mês, dois meses, que é um prazo que vai garantir que a situação das chuvas, a situação hidrológica, vai estar melhor e não vai punir o consumidor brasileiro”. Moreira Franco ressaltou que o objetivo é diminuir os custos da energia elétrica para o consumidor final. “É fundamental que se entenda que o objetivo de todo esse esforço é diminuir no bolso das pessoas”. O temor do mercado é que, com a redução do fornecimento de gás por causa da parada de Mexilhão, aumente o uso das usinas termelétricas que utilizam o óleo combustível, que têm custo mais alto do que as termelétricas a gás. O País está utilizando a bandeira tarifária vermelha na conta de luz pelo terceiro mês consecutivo, com perspectiva de que continue por todo o período de seca. ONS – A Petrobras explicou que o trabalho de manutenção programada da plataforma de Mexilhão, que começou na terça-feira (24), tem previsão de durar 45 dias, e foi programada em conjunto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), para que tenha o menor impacto possível no setor. Além disso, segundo a Petrobras, a manutenção é uma exigência legal das normas técnicas de segurança. Segundo o ONS, é preferível fazer a parada nesse período do que no verão, quando aumenta o consumo de energia, por causa do ar condicionado, e a parada e Mexilhão não prejudica o fornecimento de energia elétrica.
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