Custo de produção de leite avança 3%

Inflação registrada em agosto no Estado é a maior desde maio de 2021, de acordo com o ICPLeite da Embrapa

24 de setembro de 2022 às 0h30

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Produção de leite vem apresentando queda neste ano em meio ao aumento de custos e à baixa remuneração do pecuarista | Crédito: Kéke Barcelos/Embrapa

A produção de leite, em Minas Gerais, tem enfrentado desafios que vêm desestimulando os pecuaristas. A alta dos custos e a baixa remuneração têm provocado recuos no volume produzido que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegaram a 9,6% no primeiro trimestre e a 6,6% no segundo trimestre de 2022.

O cenário é desafiador, uma vez que os custos apresentaram nova alta em agosto. Os dados do Índice de Custo da Produção Leiteira, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Unidade Gado de Leite, (ICPLeite/Embrapa), mostraram um avanço de 3%, a maior inflação mensal desde maio de 2021. Com a nova elevação, nos últimos 12 meses, produzir leite ficou 10,4% mais caro.

Conforme os dados da Embrapa Gado de Leite, o aumento dos custos em agosto veio após três meses de recuo. Os principais responsáveis pela alta foram o grupo de Concentrados, impulsionado pelo preço da soja, e de Energia e Combustível, reflexo do reajuste da tarifa de energia elétrica anunciado em julho.  

De acordo com os pesquisadores da  Embrapa Gado de Leite, o grupo Concentrado apresentou a maior variação em agosto, frente a julho, 7,5%, impulsionado pelo aumento de preços da mistura pronta e também da soja.

“O grupo de Concentrados possui a maior contribuição para o cálculo do indicador e subiu 7,5%”, destacaram os pesquisadores.

O grupo Energia e Combustível apresentou a segunda maior alta, 6,6%, motivada pelo reajuste na tarifa de energia elétrica, ocorrida em julho e que refletiu somente em agosto.

“O reajuste no preço da energia suplantou a retração observada nos preços dos combustíveis, ainda devida à desoneração de tributos no varejo e redução de preços nas refinarias”.

Segundo os pesquisadores da Embrapa, a queda dos preços dos combustíveis, no entanto, foi o motivo da retração ocorrida no grupo Volumosos, o único grupo que apresentou deflação no mês, 1,8%.

“A retração de 1,8% em volumosos contribuiu para segurar o indicador, já que esse grupo possui o segundo maior peso relativo na ponderação do indicador”.

Os grupos Sanidade e reprodução e Qualidade do leite variaram 0,7% e 0,6%, respectivamente. O grupo Minerais apresentou pequena variação positiva de 0,2% e o grupo Mão de Obra se manteve estável.

Acumulado

A inflação de agosto elevou para 4,3% o aumento dos custos observados em Minas Gerais nos primeiros oito meses do ano. Neste período, a maior elevação veio do grupo Mão de Obra, que encerrou o intervalo com aumento de 17,6%, seguido pelos grupos Minerais, com uma inflação acumulada de 12,5% no período.

O grupo Sanidade e Reprodução registrou o acumulado de 7,8%, seguido do grupo Qualidade do leite, que subiu de 1,8%.

De acordo com a Embrapa Gado de Leite, o grupo Concentrado voltou a acumular variação positiva, 1,6%. As deflações ocorreram nos grupos Energia e combustível, com queda de 12,3%, e Volumosos, com pequena redução de 0,7%.

Nos últimos 12 meses, conforme a análise da Embrapa Gado de Leite, os custos de produção do leite acumulam elevação de 10,4% no Estado. 

Neste período, o custo do grupo Minerais foi que apresentou maior avanço, de 32,8%, seguido de pelo grupo Volumosos, com alta expressiva de 21,3%.

O grupo Mão de Obra apresentou variação positiva de 17,3%, contribuindo também para elevar os custos de inflação. O grupo Sanidade e Reprodução registrou crescimento de 8,7% e Concentrado, 1,8%.

No intervalo, somente dois grupos tiveram deflação: Qualidade do leite, com recuo de 0,5% e Energia e combustível, com queda de 4,6%.

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