Bandeira vermelha manterá conta de luz mais cara em agosto

28 de julho de 2018 às 0h00

Brasília – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou na sexta-feira (27) que a cobrança adicional na conta de energia seguirá no patamar mais alto em agosto. Em julho, a agência manteve a bandeira tarifária no patamar 2 da cor vermelha, o mais alto do sistema, e o mesmo a ser aplicado no próximo mês. Isso significa que, para cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia consumidos, haverá uma cobrança extra de R$ 5 nas contas de luz. Isto significa que agosto será o terceiro mês seguido com a bandeira tarifária no patamar mais caro. A cobrança extra de R$ 5 para cada 100 kWh começou em junho. Em maio, a bandeira tarifária estava na cor amarela, que tem cobrança extra de R$ 1 para cada 100 kWh. A Aneel informou que a manutenção da bandeira vermelha no patamar 2 “deve-se ao prosseguimento das condições hidrológicas desfavoráveis e à redução no nível de armazenamento dos principais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN)”. A baixa incidência de chuvas, também chamada de risco hidrológico, ou GSF (sigla em inglês para Generation Scaling Factor), é, ao lado do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é o preço da energia elétrica no mercado de curto prazo, as principais variáveis que influenciam na cor da bandeira tarifária. Peso do risco hidrológico – Na quinta-feira (26), a agência lançou uma consulta pública para avaliar a possibilidade de os geradores hidrelétricos promoverem a alteração do produto contratado e ajustar a cobertura do risco hidrológico dos contratos de comercialização de energia no ambiente regulado, que atende aos consumidores residenciais. A intenção é diminuir o peso do risco hidrológico na geração de energia. A medida deve valer para os geradores que repactuaram o risco hidrológico de usinas hidrelétricas a partir de 2016. Eles poderão alterar o produto contratado originalmente, para ajustar a cobertura do risco dos contratos de comercialização de energia no ambiente regulado e reduzir o peso do GSF. A resolução da Aneel que trata da questão aponta como fatores de risco a serem levados em consideração dados como hidrologia, teto do PLD e variação do IPCA. A consulta deve abrir para os geradores de energia a possibilidade de negociar parte do risco, podendo transferir uma parcela ao consumidor. Em troca, os geradores aumentariam o percentual de pagamento para a Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias, a chamada Conta Bandeiras, que administra os recursos adicionais das bandeiras tarifárias, como os que serão gerados em agosto com a cobrança extra de R$ 5 por 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. O custo de operação do sistema elétrico para atendimento à demanda por energia deverá disparar na próxima semana, apontou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na sexta-feira, em meio a chuvas ainda muito abaixo da média na região das hidrelétricas, principal fonte de energia do Brasil. Termelétricas – Com as precipitações nos reservatórios do Sudeste, os maiores do País, estimadas em apenas 68% da média histórica em agosto e com manutenções em andamento em termelétricas a gás da Petrobras, o ONS prevê o despacho de diversas termelétricas a óleo e a diesel na próxima semana, mais caras e poluentes. O uso dessas usinas mais caras deverá levar o custo marginal de operação do sistema (CMO), que é o custo da usina mais cara utilizada para atender à demanda, a uma média de quase R$ 764 na próxima semana, contra cerca de R$ 604 na estimativa desta semana – um salto de 26,5%. A programação do NOS para a próxima semana mostra a previsão de uso de térmicas a óleo ou diesel em todas as regiões do País, do Sudeste/Centro-Oeste ao Norte. Segundo o ONS, a carga de energia, que representa uma soma do consumo com as perdas na rede, deve avançar 3% em agosto na comparação anual.

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